Cerca de 300 convidados participaram, presencialmente, do evento. Fidigital, mais de 160 atividades foram transmitidas on line e estão disponíveis no canal do Youtube
O 11º Festival Literário de Araxá chegou ao fim deixando uma marca no município mineiro – tanto cultural quanto economicamente. O evento, realizado entre os dias 5 e 9 de julho, reuniu cerca de 200 escritores, representantes da literatura brasileira, no Estádio Municipal Fausto Alvim, no centro da cidade.
Apresentando uma programação diversa com curadoria dos escritores Afonso Borges, Tom Farias e Sérgio Abranches, o 11º Fliaraxá recebeu um público de 25 mil pessoas, que pôde conferir 291 atrações, dentre elas literárias, musicais e performáticas. Foram promovidos debates, palestras, sessões de autógrafos e atividades voltadas para todas as idades – todos eles no formato figital, somando 162 transmissões feitas pelo canal do Fliaraxá no YouTube, abrangendo, assim, os ambientes físicos e digitais. Ressalta-se que os vídeos foram transmitidos simultaneamente durante a realização do evento e podem ser acessados mesmo após o término do Festival.
O tema da edição mais ousada do Fliaraxá até então foi “Educação, Literatura e Patrimônio”, temática esta que se fez presente na grade de programação de todos os dias do Festival. Um exemplo concreto da fidelidade ao tema foi a mostra “Muros Invisíveis”, que embelezou os 100 metros de fachada do Estádio Municipal Fausto Alvim. A exposição, organizada por Marisa Rufino e Carlos Vinícius Santos, combinou a arte da fotografia de Gabriel Andrade de Paula com o grafite do artista visual Matheus Black, apresentando retratos de 43 professores e professoras negros de Araxá.
Neste ano, a programação do Fliaraxá foi diversa, de modo que recebeu números expressivos de escritores e escritoras negros, indígenas, regionais, nacionais e internacionais. A proposta de englobar tamanha pluralidade permitiu que o Festival promovesse a representatividade, que foi refletida em muitos âmbitos do evento, a começar pela exposição “Muros Invisíveis”, inaugurada na fachada do Fliaraxá antes mesmo da estreia do Festival. Bem como a multiplicidade de participantes, a programação do evento contou com atividades que abrangeram diversos campos do universo literário, como literatura contemporânea, poesia, escrita feminina, literatura infantojuvenil, questões sociais e muito mais.
Nesta edição, o evento homenageou Eliana Alves Cruz, autora de “Água de barrela”, “O crime do Cais do Valongo”, “Solitária” e “A vestida”, vencedor do Prêmio Jabuti de 2022 na categoria Contos. A poeta Líria Porto também foi homenageada nesta 11ª edição. De sua autoria estão obras como “Asa de passarinho”, “Olho nu”, “Garimpo”, finalista do prêmio Jabuti de Poesia em 2015, e “Sem pecado não tem salvação”, seu livro mais recente. Além das homenageadas e de muitos outros autores, estiveram em Araxá, nestes cinco dias programação autoras e autores como Cidinha da Silva, Lucrecia Zappi, Paulo Lins, Itamar Vieira Junior, Jeferson Tenório, Tom Farias, Sérgio Abranches, Carla Akotirene, Trudruá Dorico, Carla Madeira, Eugênio Bucci, Jamil Chade, Livia SantAna Vaz e convidados internacionais como a escritora italiana Lisa Ginzburg e o multiartista angolano Kalaf Epalanga.
Seguindo as tradições do Fliaraxá, foi realizado o Prêmio de Redação Maria Amália Dumont que, nesta edição, quebrou recordes com um número impressionante de inscrições de escolas e envio de redações. O Festival contou com a participação de 39 escolas, somando mais de 97,5% da comunidade escolar araxaense, incluindo instituições municipais, estaduais e particulares, dentre elas escolas rurais do município. No total, cerca de 13.500 estudantes se envolveram no concurso. Esse é o maior número registrado desde o início do Prêmio, evidenciando o crescente interesse pela iniciativa.
Foram mais de 10 mil horas trabalhadas pela equipe que permitiu que o 11º Fliaraxá fosse um projeto possível: cerca de 300 pessoas atuaram nos bastidores do evento, incluindo equipes de gastronomia, de montagem da estrutura de 2.420m², de web e imprensa, de audiovisual, de segurança, carregamento e limpeza, produção e na parte de livraria.
Feito pelo povo e para o povo araxaense, o 11.º Fliaraxá se encerra com a certeza de que incentivou o turismo cultural, valorizou a literatura e a história regional, de modo que gerou receita direta para o município e fortaleceu a imagem da cidade como um destino cultural e turístico. Não há dúvidas sobre isso desde 2012 quando o Festival chegou pela primeira vez a Araxá.
O 11º Fliaraxá foi apresentado pela CBMM, com patrocínio do Itaú e da Cemig, via Lei Federal de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura, com apoio da TV Integração, Prefeitura Municipal de Araxá, Fundação Calmon Barreto, Câmara Municipal de Araxá, Academia Araxaense de Letras, Condor Eventos, Vale Sul / Goethe-Institut, Instituto Terra e Sesc.