Campanha de mobilização e combate à dengue, chikungunya e Zica vírus é lançada em Minas Gerais
“10 Minutos Contra a Dengue” é a nova campanha do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), para mobilizar a população no enfrentamento à doença.
A estratégia, lançada oficialmente na Escola de Saúde Pública de Minas Gerais (ESP-MG), tem por finalidade a mobilização contra a dengue, chikungunya e Zica vírus. A campanha será trabalhada neste ano e no próximo, com o propósito de fazer com que as pessoas separem apenas 10 minutos de sua semana para limpar os locais em suas casas onde o mosquito Aedes aegypti se reproduz.
“O controle do vetor é uma tarefa que ultrapassa o âmbito da saúde e exige ações de todos os serviços públicos e também da população. Por isso, a sensibilização para a campanha é essencial no enfrentamento à doença. O foco continua sendo a mobilização da sociedade, da limpeza urbana e de todos os demais agentes que possam contribuir para o controle do vetor”, reforçou o secretário de Estado de Saúde, Fausto Pereira dos Santos.
Segundo ele, é de fundamental importância a participação da população no controle da dengue. “As pesquisas mais recentes apontam que mais de 80% dos focos de Aedes aegypti encontram-se dentro dos domicílios”, completa.
O conceito da campanha foi desenvolvido pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e se baseia no ciclo de vida do Aedes aegypti, do ovo ao mosquito adulto, que leva de 7 a 10 dias. Agindo uma vez por semana na limpeza de criadouros, a população interfere no desenvolvimento do vetor, impedindo que ovos, larvas e pupas do mosquito cheguem à fase adulta, e, assim, consegue frear a transmissão da doença.
O projeto é inspirado em uma estratégia de controle do vetor adotada em Cingapura, que foi capaz de interromper o pico de epidemia no país com ações semanais da população dentro de suas residências, de apenas 10 minutos, para limpeza dos principais criadouros do mosquito.
Para o superintendente de Vigilância Epidemiológica, Ambiental e Saúde do Trabalhador da SES-MG, Rodrigo Said, provocar a atitude de mudança nas pessoas para que elas sejam os principais agentes de combate à dengue é um dos objetivos da campanha. “Pretendemos mobilizar a sociedade em geral com informações diretas e acessíveis, para que todos tenham em mente a importância de interromper o ciclo do mosquito logo em seu início de reprodução”, afirma.
A forma de combater a dengue, mesmo já conhecida pela população, será alertada durante a campanha: eliminar qualquer foco de água parada no qual o mosquito possa se reproduzir. A recomendação é para que as pessoas mantenham suas casas e locais de trabalho sempre limpos e longe de qualquer possibilidade de acúmulo de água.
Haverá, ainda, distribuição de um check list para mobilização e entrega pelos agentes de controle de endemias. A população será orientada a fixar o check list em um local visível de sua residência para que ela possa checar se as ações para evitar a proliferação do mosquito estão sendo adotadas ao longo das semanas.
Além da campanha, a SES-MG está investindo R$ 36,6 milhões em ações de vigilância e controle de endemias transmitidas por vetores. O recurso será dividido para todos os 853 municípios mineiros. Para facilitar o acesso a todas as informações sobre a campanha e o controle da dengue, chikungunya e Zica vírus no Estado, foi criado o site www.saude.mg.gov.br/dengue.
Dengue no Estado
Em 2015, até o momento, foram confirmados 143.890 casos de dengue em Minas Gerais e outros 35.340 foram considerados suspeitos. Já o número de mortes confirmadas no estado soma 67. “Neste ano, percebemos um aumento no número de reservatórios de água de chuva decorrente da escassez hídrica que possivelmente interfere nessa transmissão”, afirma a coordenadora do Programa Estadual de Controle Permanente da Dengue, Geane Andrade.
Novo Boletim Epidemiológico
Semanalmente, sempre às segundas-feiras, a SES-MG vai divulgar na página www.saude.mg.gov.br/dengue a análise dos casos. Para haver um alinhamento à contagem de casos do Ministério da Saúde, a secretaria agora adota a nomenclatura “casos prováveis”, que é a soma dos casos suspeitos com os confirmados no Estado.