A informação está no levantamento feito no Encontro Nacional de Fiscalizações de Agrotóxico, realizado anualmente no país
Minas Gerais ocupa o primeiro lugar no ranking nacional dos estados que mais realizam inspeções no setor de agrotóxico, respondendo por 27% do volume anual das fiscalizações feitas, no país, em estabelecimentos comerciais, propriedades rurais e em prestadores de serviço de aplicação de produtos químicos na lavoura. Os dados são resultado de levantamento feito durante Encontro de Nacional de Fiscalização de Agrotóxico (Enfisa), evento que acontece anualmente no Brasil.
O estado é representado no Enfisa pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), responsável pela fiscalização dos agrotóxicos no estado. Em 2015, o IMA fiscalizou cerca de dois mil estabelecimentos comerciais, propriedades rurais e prestadores de serviços. Essa vistorias resultaram na interdição de 2,6 mil quilos de agrotóxicos irregulares e na emissão de aproximadamente 200 autos de infração.
Ao analisar o desempenho das fiscalizações em Minas Gerais, a engenheira agrônoma Marcela Ferreira Lage, da Gerência de Defesa Vegetal do IMA, disse que a perspectiva é “aperfeiçoar cada vez mais as atividades dos técnicos em campo para continuar a qualidade do trabalho alcançado pelo Instituto Mineiro de Agropecuária”, aponta.
O Enfisa é itinerante e, este ano, será em Goiânia (Goiás), no mês de junho. No encontro são apresentados e discutidos dados das vistorias feitas por todos os estados do país.
Trabalho de campo
Durante a fiscalização, os técnicos do IMA verificam se o agrotóxico está cadastrado no estado, a emissão de notas fiscais, armazenamento adequado do produto, validade e indicação para cultura específica, inutilização e descarte correto das embalagens. Ainda são coletadas amostras dos alimentos cultivados no campo para análise de resíduos de agrotóxicos.
“A fiscalização do IMA é definida em lei como sendo uma ação de órgão público, com poder de polícia, na verificação do cumprimento da legislação”, ressalta Lage. Ela enfatiza que esse trabalho visa garantir a preservação do meio ambiente, a saúde do trabalhador rural e a segurança alimentar de quem consome os produtos que vem do campo.
Conscientização
A fiscalização também tem caráter educativo, visto que os técnicos aproveitam as vistorias para orientar os agricultores sobre o cumprimento da legislação. Além disso, o IMA realiza palestras que alertam os trabalhadores rurais sobre os riscos dos produtos químicos na lavoura.
Marcela Lage observa que o resultado dessas iniciativas é a maior conscientização dos agricultores. A destinação correta das embalagens vazias, por exemplo, atesta essa mudança de comportamento. Segundo dados do IMA, 90% das embalagens de agrotóxicos são devolvidas e recicladas. Minas Gerais possui 53 postos de recolhimento e mais de 11 centrais de beneficiamento da embalagem vazia. Clique aqui para verificar onde existe postos de entrega.
Outro dado que confirma uma postura mais alerta do agricultor é a redução da presença de resíduos de agrotóxicos nos alimentos agrícolas. De acordo com o IMA, em 2001, 54,3% das amostras de alimentos, recolhidas em Minas Gerais para análise, estavam em conformidade com o limite de resíduo permitido pela legislação. Em 2014, esse índice cresceu para 95,3%, ou seja, quase todos as amostras analisadas apresentaram resíduo mínimo ou estavam isentas de contaminação.
“Isso significa que os agricultores estão fazendo o uso correto dos produtos, respeitando o período de carência ou até optando por utilizar produtos menos nocivos a plantação”, afirma Marcela. A técnica ainda considera o fato de o mercado estar mais exigente em relação a qualidade e procedência dos alimentos, como propulsor da mudança de comportamento do homem do campo.