Produto à base de soro do leite tem alto valor nutricional e ajuda a prevenir doenças como catarata e degeneração macular
Um ‘refrigerante do bem’ é a grande novidade que poderá beneficiar quem não abre mão de se refrescar com este tipo de bebida, mas quer manter a saúde. A Empresa de Pesquisa e Agropecuária de Minas Gerais Instituto de Laticínios Cândido Tostes (ILCT) está desenvolvendo um produto lácteo carbonatado acidificado, inédito no mercado.
A bebida é fabricada à base de soro de leite e leite, enriquecido com luteína, que confere mais valor nutricional em relação a outros – e não existe nenhum produto similar nas lojas.
“Além de ser muito refrescante, se comparada às bebidas tradicionais, apresenta maior valor nutricional por veicular não apenas ‘calorias vazias’, mas proteínas, vitaminas e minerais, além de ser uma alternativa para aproveitamento racional e sustentável do soro de leite, considerado um produto nutritivo, altamente aceitável e com custo reduzido”, diz Junio de Paula, pesquisador e coordenador desta pesquisa na Epamig
De acordo com o pesquisador, o soro do leite é muito rico nutricionalmente. O alimento possui cerca de 0,8 % de proteínas de alto valor biológico, em razão de sua composição e tem alta concentração de aminoácidos essenciais com biodisponibilidade (facilmente absorvido pelo trato intestinal).
“O soro constitui fonte de cálcio, sódio, magnésio, potássio e fósforo, além de conter a maior parte das vitaminas hidrossolúveis presentes no leite, sendo particularmente rico em vitaminas do complexo B”, destaca.
O prazo de validade estendido da bebida láctea é outro diferencial. “O produto pode durar até 90 dias sob temperatura ambiente ou refrigeração sem alteração das proteínas do leite”, completa. A bebida láctea acidificada desenvolvida na Epamig ILCT pode ser considerada um alimento funcional.
Além de nutrir, traz benefícios à saúde porque é adicionada de luteína, um dos principais pigmentos maculares contidos na retina humana, sendo responsável por duas funções fundamentais: proteger a mácula contra o estresse oxidativo (função antioxidante) e filtrar a luz azul de alta energia, melhorando a acuidade visual.
Por meio desses mecanismos, se acredita que a luteína possa contribuir para a diminuição do risco de ocorrência de catarata e de degeneração macular (área da retina responsável pela visão de detalhes) relacionada à idade.
O produto é resultado de projeto de pesquisa da Epamig ILCT, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapemig), e ainda está em fase de estudos e planejamento para avaliar a produção em larga escala e sua colocação no mercado por meio de parcerias com instituições de pesquisa e empresas.
Sem problemas ambientais
Elaborada à base de soro de leite proveniente da fabricação de diversos tipos de queijos, o produto ajuda a eliminar um problema ambiental em relação ao soro que, muitas vezes, é dispensado na natureza sem qualquer tratamento ou utilizado para alimentação animal.
“O processo de fabricação da bebida tem custo reduzido e não demanda grandes investimentos, podendo ser facilmente produzida e comercializada pelas pequenas indústrias de laticínios”, observa Junio de Paula.
Mostra Inova Minas Fapemig
A pesquisa bebida láctea carbonatada acidificada adicionada de luteína está entre os projetos de destaque que participaram da Inova Minas, realizada no primeiro final de semana de agosto, no circuito Praça da Liberdade, em Belo Horizonte.
Organizado pela Fapemig, o evento mostrou os avanços científicos que influenciam a vida dos cidadãos.
Agência Minas