A sétima edição do Festival Literário de Araxá vai acontecer entre 27/06 a 01/07
Há 110 anos, em 27 de junho nascia, em Cordisburgo, Minas Gerais, João Guimarães Rosa. Por este motivo, nesta mesma data, agora em 2018, foi marcada a abertura da sétima edição do Fliraxá. Na parte externa do Grande Hotel de Araxá será instalada uma enorme livraria, a Blooks.
Nos diversos salões e espaços internos do septuagenário hotel, cerca de 80 autores participam de encontros, palestras e mesa. Em salas menores, duas invenções: o projeto “Mastigando Autores”, onde o autor conversa descontraído com os leitores e abaixo, na livraria, o “Mastigando Leitores”, sessões ininterruptas de autógrafos. E isso é só um início.
A sétima edição do Fliaraxá – Festival Literário de Araxá – vai acontecer entre 27/06 a 01/07, quarta a domingo, no Tauá Grande Hotel de Araxá, Minas Gerais. Consolidado no cenário cultural do Estado e do País, o tema escolhido foi “Alma, Leitura e Revolução”, que dá continuidade e coerência aos conteúdos dos anos anteriores. Em 2017, “Língua, Leitura e Utopia”; 2016, “O Amor, a Leitura e as Diferenças”, como exemplos.
O time de curadores é de primeira linha. Junta-se ao idealizador do Festival, Afonso Borges, a professora Heloisa Starling, da UFMG, o jornalista Eugenio Bucci, da USP e o escritor Léo Cunha. Os curadores locais são Luiz Humberto França e Rafael Nolli. Já estão confirmados para o evento o angolano Gonçalo Tavares, o mexicano/catalão Juan Pablo Villalobos e os brasileiros Leonardo Boff, Ana Maria Machado, Marina Colasanti, Silviano Santiago, Marcelo Rubens Paiva, Marcia Tiburi, José Miguel Wisnik, Pedro Bial, Cláudio Prado, Luiz Ruffato, Djamila Ribeiro, Wander Melo Miranda, Angela Alonso, Ângela Castro, Heloísa Espada, Monja Coen, Paula Pimenta, Pierre Ruprecht, Ricardo Aleixo, Humberto Werneck, Marcel Souto Maior, Rodrigo Feres, Pedro Muriel, José Benedito Donadon, a youtuber Jout Jout e toda a Família Klink – Amyr, Marina, Laura, Marininha e Tâmara.
Entre os autores infanto-juvenis destaca-se a presença de Pedro Bandeira, Marcelo Xavier, José Santos, Rodrigo Libanio Christo, Lucrécia Leite, Fernanda Oliveira (FêLiz) e Tino Freitas. Presenças institucionais também estão sendo aguardadas, como o Ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, o Secretário de Estado da Cultura, Ângelo Oswaldo, o diretor do Itaú Cultural, Eduardo Saron, o diretor do Instituto Cervantes/RJ, Antonio Maria Maura Barandiarán, o Conselheiro para Assuntos Culturais da Embaixada de Portugal, João Pignatelli e o diretor executivo da Fundação Roberto Marinho, Hugo Barreto.
O Fliaraxá é uma realização da CBMM e do Ministério da Cultura, via Lei Federal de Incentivo à Cultura, com o apoio da Prefeitura Municipal de Araxá, Itaú, Fundação Roberto Marinho, Câmara Brasileira do Livro, Câmara Mineira do Livro, Academia Araxaense de Letras, TV Integração e Uniaraxá.
Patronos e Autoras Homenageadas
A data escolhida para a abertura não foi por acaso: é aniversário de João Guimarães Rosa, que nasceu há 110 anos. Por ele motivo, será o Patrono, ao lado de Graciliano Ramos que fez publicar, há 80 anos, seu mais importante livro, “Vidas Secas”. Para acontecer uma compatibilidade de gêneros, foram escolhidas não uma, mas duas autoras homenageadas que dispensam apresentações: Ana Maria Machado e Marina Colasanti. Como autora homenageada local, ninguém melhor que Leila Ferreira, e como patrono local, o poeta João Rios Montandon.
O 7o. Fliaraxá dará continuidade às linhas traçadas com sucesso em sua sexta edição: forte presença nas escolas, professores e pais, com interlocução junto ao poder público, na área de educação; uma imensa livraria, a cargo da Blooks, do Rio de Janeiro, que venderá também livros a preços reduzidos; a continuidade do exitoso concurso de redação “Concurso de Redação Maria Amália Dumont”; integração entre a história dos patronos e autores homenageados com os alunos e as escolas; programação específica e forte dirigida às crianças e adolescentes para explicar o tema e o evento.
Além disso, foi criado o projeto “Mastigando Autores”, no qual os escritores vão conversar em um clima descontraído com os leitores durante uma hora por dia, fora da programação convencional; o “Mastigando Leitores”, onde os autores autografam os seus livros; o “Fliaraxá Mirim” vai construir atividades dedicadas às crianças na grama e arredores do Grande Hotel; O “Fliaraxá Turismo” vai incentivar as agências a promover visitas guiadas às fazendas produtoras de queijo e cachaça na região e na Serra da Canastra; o “Fliaraxá Empreendedor”, carregado de cursos, workshops e conteúdo, sob a responsabilidade do SESC, Senac, Sesi e Sebrae; e o “Encontros CBL de Negócios”, a cargo da Câmara Brasileira do Livro. Além disso tudo, muita música.
Um pouco de história
O Fliaraxá é realizado no município mineiro desde 2012. A primeira edição teve como tema “Juventude e Experiência” com a presença de 25 autores, reunindo 6 mil pessoas. Em 2013, com o tema “A Viagem na Literatura”, a segunda edição recebeu 44 autores e público de 8 mil pessoas. O terceiro evento, em 2014, com o tema “Leitura para um Mundo Melhor” somou 11 mil pessoas e presença de 39 autores. Em 2015, em sua quarta edição, o tema foi “Imagina o Livro, Imagina a Cidade”, contou com 60 autores e 15 mil expectadores. Em 2016, na quinta edição, com o tema “ O Amor, a Leitura e as Diferenças”, 16.732 mil pessoas participaram do festival, com a presença de 70 convidados. Em 2017, com o tema “Língua, Leitura e Utopia”, o Festival recebeu 25.776 pessoas, 80 autores, oferecendo 125 atividades. Mais de 110 mil livros foram comercializados na livraria do Fliaraxá, nestas seis edições. Desde o início, é realizado um concurso que premia as melhores redações de alunos das escolas da cidade, denominado “Prêmio de Redação Maria Amália Dumont”.
Sobre o tema “Alma, Leitura e Revolução”
A história da leitura começa com duas modestas placas pictográficas de argila de Tell Brak, na Síria, datadas de 40 séculos antes de Cristo. Ao olhá-las prolongamos a lembrança dos primórdios do nosso tempo e preservamos um pensamento muito depois que o pensamento parou de pensar e nos tornamos participantes de um ato de criação que permanece aberto enquanto as imagens entalhadas forem vistas, decifradas – lidas.
Através da leitura conseguimos cultivar as aventuras do pensamento e de suas experiências. Aquele que lê, jamais está só. A leitura é o fundamento da alma – aquela parte imaterial do homem que abriga sua humanidade.
Provê a alma de paciência e consciência, não apenas por trabalhar nossos medos e nossas esperanças, mas também por sua dimensão ética – ela nos fala do amor e do ódio, do medo e da coragem, dos sentimentos éticos e de tudo o que chamamos de humano do homem. Atividade paciente, a leitura trabalha nossa alma – o nosso mundo interior que, por sua vez, é responsável por associar o lido e vivido em nós.
Desde Sherazade, a tecelã das noites, nós sabemos disso: a ficção habita a alma do homem. Ler histórias também serve para reconciliar nossa alma aflita com o passado de cada um de nós, para nos lembrar do brasileiro que fomos e que deveríamos ou poderíamos ser. Há um traço profundamente revolucionário na leitura. Revolução é uma palavra arregimentadora: traz à luz o entusiasmo e a paixão do novo – ela desfaz a velha sociedade e derruba o velho poder.
Associada à leitura permite re-interrogar os acontecimentos sem ceder à facilidade de explicações definitivas e criar novas possibilidades de vida em comum. É uma associação generosa. Lembra a todos nós de um país que tem um passado e precisa indubitavelmente ser melhor do que o Brasil que temos hoje. A leitura como mediadora entre a alma, a humanidade e a mudança, revolução. Tanto no plano individual quanto coletivo.
Serviço
Evento: VII Festival Literário de Araxá – Fliaraxá
Data: 27 de junho a 1 de julho – quarta-feira a domingo – ENTRADA GRATUITA
Local: Tauá Grande Hotel de Araxá – Barreiro – Araxá/MG
Informações: www.fliaraxa.com.br
Redes sociais: Facebook, Instagram e Twitter em @fliaraxa