Adolescentes em situação de vulnerabilidade social aprendem a trabalhar como auxiliar de restauração cultural
A Prefeitura de Araxá, através da Fundação Cultural Calmon Barreto (FCCB) está qualificando jovens para um mercado de trabalho diferenciado, que tem pouca mão de obra na cidade e região. O treinamento com duração de 9 meses, atende 25 jovens com aulas práticas e teóricas.
A presidente da Fundação, Régia Côrtes, informou que desde a abertura do edital por parte do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), se interessaram em oferecer a qualificação profissional para formar restauradores.
O curso é ministrado para adolescentes atendidos nos Núcleos, nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), nos Centros de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), estão fazendo curso de auxiliar de restauração. Serão oferecidas aulas de restauração de móveis, imagens, pintura, vitrais, pode diversificar muito.
“Quando terminar o curso, o jovem pode fazer pequenos trabalhos e restaurações, atuar em empresas do setor. É um projeto que tem tudo para permanecer e se transformar em plano de trabalho da FCCB. A cada dia a gente percebe no rosto dos jovens a satisfação em aprender algo novo, já é possível ver a evolução deles”, ressaltou Régia.
A coordenadora Taciana Pinto de Almeida, explica que o projeto Restaurando Sonhos foi idealizado pela FCCB após identificar que Araxá e Minas tem muita demanda de trabalho, com pouca mão de obra para restaurar peças de museus, museus, praças, móveis e objetos. As aulas começaram no dia 26 de agosto e são oferecidas às segundas quartas e sextas-feiras, das 13h30 às 17h30, na Rua Sete de Janeiro, no bairro Santa Terezinha.
A casa é um ateliê laboratório e o ambiente está sendo transformado durante o curso. A equipe é formada por um coordenador, uma assistente social, uma psicóloga, um historiador, um restaurador e um auxiliar de restauração. Fazem aulas de ética, empreendedorismo e segurança no trabalho.
Os jovens receberão um kit com ferramentas básicas, luvas, avental, botas, equipamentos de segurança e esse kit será doado para o aluno no final do curso. “A avaliação é muito positiva, aqui eles estão sendo extremamente acolhidos, valorizados, desenvolvem potencialidades diversas, tem regras, horários, tem que interagir uns com os outros, estariam ociosos e agora estão estudando arte, o campo é muito amplo”.
O restaurador José Maria Dias, instrutor do projeto, durante a aula de confecção de molduras de época conta que o objetivo é formar técnicos em restauração para que possam trabalhar na área. Vão aprender combinação de cores, desenhos, reproduzir desenhos, paisagens, rostos, técnica de restauro. “Faremos visitas, vamos fabricar móveis, transformar o ateliê. Os jovens estão muito interessados”.
Clara Eduarda Ottoni dos Santos, tem 16 anos e mora no bairro Santa Terezinha. “Está sendo uma experiência muito boa, estou aprendendo muitas coisas. Imagino que vai ser muito bom, posso trabalhar nessa área com poucas pessoas qualificadas para atender à demanda”.
Jean dos Reis Pereira, 16 anos, é do bairro Novo Horizonte. “Essa é uma oportunidade muito boa, um curso que não tem por aqui, tudo gratuito, estamos aprendendo muita coisa. Não conhecia nada da área, estou achando muito bom, muito interessante”, finalizou.