Em artigo, Irmã Doraildes Matos ressalta a vida e os exemplos de fé e determinação da religiosa
Alexandrine Conduché, uma criança muito pobre que nasceu no dia 17 de novembro de 1833, em Compeyre, uma pequena cidade no sul da França. Filha de Marie-Jeanne Artières e Joseph Conduché, tornou-se Madre Anastasie.
Desde criança, Madre Anastasie era muito piedosa, sensível, justa e demonstrava uma inteligência notável. Sempre disposta a ajudar qualquer um que precisasse. Ainda muito jovem, com apenas 14 anos, iniciou sua vida de educadora para nunca mais abandonar as crianças e as jovens noviças. Ela irradiava luz, acolhida, simplicidade e, sobretudo, bondade. Mais tarde, passa a morar em Bor, com seu tio, o Padre Gavalda, quando, em 1849, fundou a Congregação das Irmãs Dominicanas de Nossa Senhora do Rosário, inspirada por São Domingos de Gusmão.
Em 30 de março de 1850, na França, foi oficializada a Congregação das Irmãs Dominicanas de Nossa Senhora do Rosário. Em 25 anos de vida religiosa, Madre Anastasie fundou 25 escolas em lugares onde o analfabetismo era grande. Eram escolas que atendiam as crianças, meninos e meninas, esse era o diferencial na época. As instituições atendiam também famílias, adultos que não eram alfabetizados.
Ela foi uma professora dedicadíssima. Preocupava-se em responder todas as necessidades das crianças. Formou religiosas como professoras e tem uma influência muito grande na educação de qualidade, onde a pessoa é o sujeito do seu processo educativo.
Madre Anastasie faleceu na tarde de um domingo de Páscoa, dia 21 de abril de 1878. A congregação deu continuidade a esse legado e se espalhou pelo mundo. Em 1885 as Irmãs foram convidadas pelos padres dominicanos a virem para o Brasil, onde o momento histórico registrava grandes mudanças no cenário nacional. Seguindo a vocação que abraçaram, aceitaram o desafio de atravessarem o oceano e, com muita fé́ e coragem, o primeiro grupo de religiosas chegou a Uberaba, Minas Gerais. Tinham um projeto missionário: ser, no seio das famílias, instrumento de pregação e divulgação da fé́. A primeira escola fundada no Brasil foi o Colégio Nossa Senhora das Dores.
Hoje no Brasil são oito escolas que buscam excelência nos valores Anastasianos-Dominicanos, que se baseiam em revelar o Cristo na humanidade. São escolas confessionais que atendem todos os alunos, independente da sua religião, com uma educação pautada nos valores Anastasianos-dominicanos: espiritualidade, acolhida, solidariedade, estudo, regularité, justiça, verdade e sustentabilidade.
Em Araxá, as irmãs chegaram em setembro de 1926. Atuaram, inicialmente, na área da saúde e, a partir de 1928, na área da educação. Nascia o Colégio São Domingos. A escola, cada dia mais, vem aprofundando o conhecimento e a importância de Madre Anastasie.
Que neste ano comemoremos com muita alegria os 190 anos do nascimento dessa grande mulher que dedicou sua vida com muito empenho para uma educação transformadora ajudando formar cidadãos comprometidos com a construção do Reino, revelado por Jesus, através da misericórdia, da caridade e da educação de qualidade que forma jovens pensantes e autônomos para que tenham iniciativas e sejam capazes de construir a sua felicidade, sua realização, sua forma de ajudar a melhorar o mundo.
Irmã Doraildes Matos
Congregação das Irmãs Dominicanas de Nossa Senhora do Rosário de Monteils
Fontes consultadas:
1. “Volta às fontes: estudo histórico sobre as origens da Congregação das Irmãs Dominicanas de Monteils” de Cathérine Mounier – 1992
Biografia de Madre Maria Anastasie (Segundo o Padre Bernadot e o Padre Lajeunie)
2. “Vida e Obra de Madre Marie-Anastasie: Percursos de Amor e Bondade” de Maria de Lourdes Rossi Remenche e Miriam Cristina Ferreira Gulin- Curitiba/2008