Julgamento durou cerca de 10 horas e foi acompanhado por diversas pessoas da comunidade
Terminou agora a pouco no Fórum Tito Fulgêncio, em Araxá, no Alto Paranaíba, o julgamento de Denilson Fagundes Bento, que foi absolvido das acusações pela maioria dos jurados presentes. O júri chegou ao fim após cerca de 10 horas de trabalhos.
Denilson, de 38 anos, era acusado de matar o assessor político e radialista, Túlio Maneira, no domingo, 26 de fevereiro de 2012. Túlio foi morto a tiros na porta de casa, na Rua Franklin de Castro, no Centro de Araxá.
Preso desde agosto de 2012, Denilson sempre negava a autoria do crime. Na época, as investigações foram conduzidas pelo então Delegado de Homicídios, Victor Hugo Heisler. O Delegado Regional de Araxá no período era Hely Andrade. Na plateia, acompanharam as atividades do poder judiciário familiares do réu e da vítima, além de pessoas da comunidade.
Um dos advogados de defesa de Denilson Fagundes era Leuces Teixeira de Araújo. O advogado ressaltou em seu pronunciamento e durante entrevista exclusiva ao Portal Minas no Foco, que a investigação foi muito mal conduzida. “Quando eu digo mal conduzida, quero dizer direcionada. Num primeiro momento, três pessoas reconheceram o Denilson como autor dos disparos e já em juízo, essas três pessoas dizem que não, que não era ele. Uma testemunha foi categórica em dizer que trocou olhar com o autor dos disparos no dia do crime e tem a plena convicção de que não foi o Denilson. Instalou-se a dúvida”, explica o profissional.
Seguindo esse linear, os advogados afirmaram que uma condenação não pode ser feita na base da dúvida. “Com dúvida chega-se ao tribunal do júri, mas sair daqui condenando com dúvida? A dúvida é inimiga da justiça. Desde os primórdios nós exploramos isso. Não explorar por explorar. Nós exploramos o que já estava nos autos. Diante disso, os jurados entenderam por bem, absolvê-lo”, ressalta.
O promotor de justiça Genebaldo Vitória Borges e o advogado Walter Lucio representavam a acusação. O promotor ressalta que eles vão recorrer. “O Ministério Público vai recorrer, porque nem tinha na defesa a tese absolutória. A defesa negava a autoria. Isso foi rejeitado pelos jurados e de uma forma inédita, não sei se por erro dos jurados, ou equívoco nas respostas, eles votaram sim para absolvição. Acho que é mais questão de um equívoco de quem está aí pela primeira vez ou segunda vez como jurado. O prazo do recurso é cinco dias e nós vamos fazer isso”, alegou.
Com a absolvição pelo júri popular, o juiz da vara criminal, Renato Zupo, que conduziu os trabalhos confirmou a decisão. Agora será cumprido o alvará de soltura, e assim que isso for feito, Denilson pode voltar as suas atividades normais, com o direito de acompanhar eventuais recursos em liberdade.
Esse julgamento encerrou uma pauta de júris populares realizados nessa semana pelo poder judiciário de Araxá. O juiz fez uma avaliação positiva do trabalho concluído. “Como sempre a sociedade araxaense me surpreende positivamente, comparecendo, prestigiando e acompanhando os trabalhos. Isso é muito bom. É a participação popular na administração da justiça”, finaliza.