Saiba qual é a ingestão diária recomendada e entenda a importância de monitorar sua sensibilidade ao estimulante
O café, uma das bebidas mais queridas e consumidas no mundo, é uma parte essencial da rotina de muitos brasileiros. O consumo no país chega a ser até seis vezes maior do que a média mundial, totalizando mais de 22 milhões de sacas anuais, o que representa cerca de 14% do consumo global, segundo dados do Governo Federal. Tanto café pode fazer mal ao coração?
Segundo a médica cardiologista da Unimed Araxá, Dra. Mariana Soares Campos França, a resposta está na quantidade que se toma. “O café é uma bebida complexa quando se trata do coração. Em doses moderadas, apresenta propriedades antioxidantes que protegem os vasos sanguíneos, inibindo danos às artérias causados pelos radicais livres”, explica.
Ainda segundo a médica, a Sociedade Brasileira de Cardiologia não demonstra evidências concretas de que o café seja prejudicial ao coração. No entanto, é fato que a cafeína presente no café pode temporariamente elevar a pressão arterial, atingindo o pico de absorção em até duas horas após o consumo. “A cafeína não é a única substância presente no café. Componentes como polifenóis, trigonelina, melanoidinas, magnésio, potássio e vitamina B3 também desempenham papéis na redução da pressão arterial e no risco cardiovascular, mas desde que consumidos de forma moderada”, destaca.
Segundo a Dra. Mariana, a ingestão diária recomendada fica entre 200 e 300 miligramas de cafeína, equivalente a cerca de duas ou três xícaras de café filtrado ou dois shots de café expresso.
Arritmias
Quanto às arritmias cardíacas, estudos não estabeleceram uma associação direta entre a ingestão de cafeína e a fibrilação atrial. No entanto, é fundamental monitorar a sensibilidade individual ao estimulante. “Se o paciente ingere um volume abusivo por dia, ele deve ser orientado a reduzir. É importante também ouvir o paciente e saber se, após a ingestão de café, suas palpitações pioram ou não. Isso mostrará a sua sensibilidade ao estimulante. Em resumo, não existem evidências robustas para prescrever café a pacientes com arritmias, mas, se tolerado sem sintomas, o consumo moderado não é proibido”, afirma a Dra. Mariana.