O ar frio das massas polares deve adentrar um pouco mais o continente, encontrando a massa de ar mais aquecida
Começou na noite de sexta feira (20), o outono, estação de transição entre o verão e o inverno. Apesar da esperada redução do calor, que é típico desta estação, as temperaturas deverão ocorrer para todo o país pouco acima da média normal do período.
Nesta estação, o ar frio das massas de ar polares deverão adentrar um pouco mais o continente, encontrando a massa de ar mais aquecida proveniente do Norte do país. Esse encontro de massas de ar (muito comum de ocorrerem sobre Minas Gerais) com características muito diferentes, favorece a ocorrência de chuvas torrenciais com muito vento e descargas elétricas (raios).
El Niño
Devido às temperaturas do oceano Pacífico equatorial no último mês, o fenômeno El Niño pode oficialmente ser considerado presente com chances de permanecer durante todo o outono, porém como sua intensidade é considerado fraca, é pouco provável haver grandes anomalias climáticas principalmente na região Sudeste do Brasil.
Verão seco e quente
Em fevereiro, a maioria das regiões produtoras do país apresentaram temperaturas pouco acima da média normal. Isso favoreceu a maior ocorrência de chuvas localizadas, fazendo com que em algumas regiões fossem consideradas abaixo do normal. Todavia, essas chuvas ajudaram a cafeicultura e os canaviais.
Na região mais ao Sul de Minas e em grande parte de São Paulo as chuvas foram mais intensas, contribuindo para a recuperação do nível das reservas de água dos solos e favorecendo principalmente a cana e o café que tinham enfrentado um mês de janeiro mais seco e mais quente que o normal.
No Rio Grande do Sul, a chuva foi suficiente para não dificultar a colheita do milho de verão, apesar da precipitação ter sido pouco abaixo do desejado. A chuva no Sul também favoreceu o enchimento de grão da soja plantada mais cedo no verão. O plantio do milho safrinha, que tem sido mais tardio, também foi favorecido pela chuva menos intensa, a qual também ocorreu no Mato Grosso.
Apesar das chuvas terem ocorrido em algumas lavouras de café em fevereiro, algumas plantas têm apresentado maior queda do chumbinho, principalmente na face soalheira mais quente (face noroeste com maior ocorrência também de escaldadura), a qual recebe maior radiação direta no período da tarde e, por isso, é normalmente mais aquecida e apresenta maiores problemas associadas a reservas de água. Todavia, tal fato tem ocorrido principalmente nas plantas que apresentaram maiores cargas e diferentes floradas no ano passado. A maior produção no ano passado deixou a planta com menor reserva para a safra atual. Assim, o pouco que a planta tem hoje é drenada pelos frutos mais desenvolvidos, fazendo com que os chumbinhos menores sejam abortados.
Ascom Epamig