Secretária de Cultura da cidade é a responsável pelo projeto da construção centenária
A prefeitura de Campos Altos, no Alto Paranaíba, concluiu o Projeto que visa a restauração da Estação Ferroviária da cidade, que tem mais de cem anos de construção. Atualmente, o executivo municipal está tentando resolver um impasse, com a Ferrovia Centro Atlântica (FCA) e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), para a liberação dos prédios da estação ferroviária.
Também é necessária a construção de um galpão para uso da FCA, já que a empresa utiliza os prédios da estação e será necessário desalojá-los. Essa construção é de responsabilidade da Prefeitura Municipal.
Segundo o Secretário Municipal de Cultura, Rideny Martins, o restauro da Estação Ferroviária de Campos Altos, bem cultural centenário da cidade, é um grande sonho dele. “Acredito também que de toda a população, não só o restauro mas também a criação do Centro Cultural de Campos Altos. Será um marco para o nosso município. Um local onde teremos representada toda a cultural local, o artesanato, o memorial da ferrovia e da cidade, sala de exposições (museu), a biblioteca, entre diversas outras atividades culturais. E nada mais justo que este local seja a Estação Ferroviária, onde teve início a história de nosso município”, ressaltou.
Rideny explicou que o impasse está quase sendo resolvido e que nos próximos meses, as pendências estarão acertadas. “As etapas mais difíceis e mais importantes que eram conseguir a concessão de uso do prédio junto a FCA e a produção do projeto de restauro estão finalizadas. Posso dizer que já conquistamos muito e demos um grande passo em busca deste sonho”, disse.
A história da Estação Ferroviária de Campos Altos, no Alto Paranaíba, confunde-se com a própria história da cidade, que surgiu com a chegada do trem de ferro. O monumento foi construído em 1912 e a partir desse marco arquitetônico originou-se o povoado de Urubu, posteriormente denominado de Campos Altos.
Entre 1920 e 1924, a estação passou por reformas e acréscimos, ao seu lado foi construído um edifício maior, em estilo art-decó, movimento que priorizava os desenhos geométricos, retilíneos e uso do concreto.
Após a ampliação, o primeiro prédio foi relegado à função de armazém de cargas e materiais diversos, já o segundo abrigou em seu interior por várias décadas a bilheteria, o escritório do chefe da estação e o telégrafo.
A Estação foi palco do transporte de cargas e passageiros entre 1912 e a década de 1980, sendo o principal referencial urbano para o cidadão campos-altense. Nas décadas de 1970 e 1980, simultaneamente à decadência do transporte ferroviário no Brasil, a estação foi perdendo sua função de marco simbólico e físico da municipalidade.
Hoje o trem só passa por Campos Altos levando principalmente grãos (milho, soja e café) e minérios. Além disso, a estação férrea é utilizada pela FCA como sede de núcleo de via permanente para as atividades operacionais do transporte de cargas.
Desde setembro de 1996, a Ferrovia Centro Atlântica – FCA, empresa arrendatária da linha férrea que corta a cidade de Campos Altos, utiliza o prédio da estação como escritório, vestiário e refeitório para seus funcionários. Já o armazém como depósito de materiais para manutenção das máquinas e da via ferroviária. Atualmente o estado de conservação do edifício é regular, necessitando urgentemente de intervenções.
O local foi tombado em 2004 pelo Conselho Municipal do Patrimônio Cultural de Campos Altos, como Patrimônio Histórico e Cultural do Município.