Dos 86 óbitos registrados, 26 são em municípios do Triângulo e Alto Paranaíba
O secretário de saúde do estado de Minas Gerais, Antônio Jorge de Souza Magalhães, confirmou em uma reunião na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) que o estado já teve 86 mortes causadas pela dengue nesse ano.
Desse total, 26 são em cidades do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba: Uberaba (17), Uberlândia (2), Ituiutaba (2), Campos Altos (1), Sacramento (1), Conquista (1), Patos de Minas (1) e Monte Carmelo (1).
Em 2013, até o momento, foram notificados 367.489 casos de dengue em Minas Gerais, com a confirmação de 168.625. O secretário se reuniu com a Comissão de Saúde, para debater o expressivo aumento da incidência de dengue no Estado, bem como as medidas necessárias para o enfrentamento da epidemia.
Durante o evento, ele anunciou uma reunião, para o dia 7 de agosto, com o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Minas Gerais (Cosems-MG) e prefeitos municipais, na qual pretende fazer uma avaliação das ações realizadas no combate a dengue e planejar as formas de combate para 2014, tendo em vista o cenário atual da doença em Minas e no mundo.
“A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu a dengue como pandêmica no mundo. Estamos vivendo um momento que exige a intersetorialidade entre os governos e a sociedade no intuito de conter a cadeia de transmissão da dengue. Como ainda não há previsão de vacina contra a doença, dependemos da ação da sociedade para acabarmos com a dengue”, afirma Antônio Jorge.
Durante a audiência, o representante da Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Rodrigo Fabiano do Carmo, expôs a situação da dengue no Brasil e falou sobre a importância das ações conjuntas. “A dengue é um tema relevante, que aflige e preocupa pela sua complexidade. Reforço aqui as palavras do Antônio Jorge. Precisamos agir conjuntamente para que a dengue deixe de atingir tantos brasileiros. O programa permanente é fundamental para não termos casos de dengue, assim como, no período de transmissão, é imprescindível o cuidado no tratamento dos pacientes para se evitar óbitos. Por isso, as unidades de hidratação são iniciativas estratégicas para os próximos períodos, além das outras ações que permeiam o controle da dengue”, afirma.
A audiência pública, solicitada pelos deputados estaduais Fred Costa, Adelmo Carneiro Leão, Rogério Correia, Carlos Pimenta e Doutor Wilson Batista, discutiu, entre outros, pontos como a regulamentação da carreira dos agentes de endemias e a responsabilidade sanitária dos gestores, fatores que, juntamente com a reintrodução do sorotipo 4, foram determinantes para o aumento de casos de dengue neste ano.
“A maior parte da população está susceptível à infecção pelo vírus, visto que não há imunidade contra ele. Além disso, houve a renovação de cerca de 83% dos gestores municiais, o que ocasionou o desmonte das equipes de saúde da família e, consequentemente, aumento da taxa de transmissão da doença. Somos sensíveis ao problema dos agentes de endemias e temos interesse na regulamentação da carreira, que há 15 anos está aguardando no congresso nacional pra ser votada. Entendemos também que a responsabilidade fiscal não pode vir acima da responsabilidade sanitária, que diz respeito à vida”, afirma Antônio Jorge.
C/ Ascom