Machado de Assis, Autor Patrono do Festival em 2019, vai ser tema dessas atividades
A Associação Cultural Sempre Um Papo e a CBMM dão sequência às atividades do Fliaraxá 2018, realizando ações complementares, voltadas para o incentivo ao hábito da leitura. A programação inclui oficina, debates, sarau e lançamento de livro, e começa no dia 27 de novembro e segue, em datas alternadas, até o dia 18 de dezembro, quando ocorrerá o encerramento das atividades.
Nesta data (18/12), em parceria com o Fliaraxá, será realizada uma edição do Sempre Um Papo, com o presidente da Academia Brasileira de Letras, o escritor Marco Luchesi, que falará sobre o tema “Sobre Machado de Assis, às vésperas dos 180 anos”, com autógrafos em seus livros “O Bibliotecário do Imperador” e “O Dom do Crime”. A ideia é trazer à tona a importância de Machado de Assis para a literatura e reforçar o nome do autor como patrono do Fliaraxá 2019.
Confira a programação
Dia 27/11 (terça-feira), às 10h – “Oficina e Contação de histórias” – Local: Escola Oratório Nossa Senhora Auxiliadora. Sinopse: A unidade, que assiste alunos carentes faz parte da rede municipal de ensino e conta com apoio dos Salesianos. O grupo de contadores Semeando Histórias, irá mobilizar crianças de 6 a 10 anos através de uma oficina lúdica e depois haverá música e contação de histórias.
Dia 29/11 (quarta-feira), às 19h30 – Debate “A Construção da Nova Literatura Infantojuvenil” – Local: Biblioteca Pública Municipal Viriato Correa. Participantes: Domingos Antunes, Rafael Nolli e Idelma Borges. Sinopse: Ao sair das histórias infantis tradicionais, autores de Araxá estão aproveitando a força da literatura para discutir assuntos importantes com crianças e jovens. Questões muitas vezes polêmicas ou tratadas só em livros para adultos como transtornos, mudanças comportamentais e os impactos da acelerada evolução tecnológica são tratados de forma leve e ganham uma abordagem com foco na conscientização. O debate abre caminho ainda para falar da criatividade e inovação como ferramentas para atrair os jovens e formar novos leitores.
Dia 6/12 – quinta-feira, às 19h30 – Oficina de Libras para professores. Instrutora: Jessica Alves Borges – Local – Biblioteca Municipal José Viriato Corrêa. Sinopse: Ensinar a linguagem brasileira de sinais para os professores, com o intuito de evitar barreiras na comunicação com alunos com deficiência auditiva. Situação que provoca a evasão escolar, já que muitos deles deixam as escolas por não conseguirem acompanhar as aulas e aprender. Na oficina, dirigida a 30 professores, será ensinada a conversação básica em Libras para a sala de aula.
Dia 8/12 – sexta-feira, às 11h – “Sarau Literário- na Feira Criativa”- Local: Fundação Cultural Calmon Barreto. Sinopse: Poetas de Araxá vão se unir para difundir a literatura e abrir espaço para novos talentos. Essa é a proposta do Sarau que contará com os escritores Rafael Nolli, Heleno Alvares, Cássio Amaral, Flávio Otávio, Idelma Borges e muitos outros que ao lado de músicos, estarão na feira criativa no pátio da Fundação Cultural.
18/12 – terça-feira – 19h30 – Sempre um Papo com Marco Lucchesi, presidente da ABL- Academia Brasileira de Letras – Local: Auditório da Associação Comercial – Debate sobre o tema “Sobre Machado de Assis, às vésperas dos 180 anos”, com lançamento e autógrafos em seus livros “O Bibliotecário do Imperador” e “O Dom do Crime”.
“O Bibliotecário do Imperador”: O personagem principal é Ignácio Augusto Cesar Raposo, bibliotecário de dom Pedro II. Este homem real, que foi testemunha dos bastidores do Palácio de Petrópolis e da Corte no Rio de Janeiro, é usado pelo autor como um fio-condutor, para que ele apresente as alterações no tabuleiro de poder e na vida cotidiana do Rio de Janeiro a partir da Proclamação da República. O bibliotecário do imperador não é, no entanto, um romance histórico típico. A narrativa muito ágil e cheia de referências montada por Lucchesi funciona como um jogo, em que personagens reais, como Ignácio e Pedro II, se misturam a figuras fictícias, como o barão de Jurujuba. O leitor é convidado a percorrer um fluxo de muitas vozes, no qual é tão difícil quanto fascinante discernir o que é dado real e o que é ficção.
“O Dom do Crime”: No livro, Lucchesi cria um delicioso narrador-autor, não identificado, que conta uma história para o futuro. Um homem do século XIX que, ao ser aconselhado pelo médico a escrever suas memórias, se lança não para a própria vida, mas sobre um crime passional, notícia no Rio de Janeiro de Machado de Assis. Esse misterioso narrador traça paralelos curiosos entre este assassinato, o julgamento que absolve o marido supostamente traído e a obra mais aclamada de Machado, Dom Casmurro. Terá o Bento de Machado qualquer coisa do real José Mariano? E Capitu teria sido inspirada em Helena, a esposa que sucumbe ao ciúme do marido? Todos os dados de ordem informativa, factual, foram longamente pesquisados e comprovados, em papel velho e fontes congêneres — tudo passou pelo crivo de Lucchesi. Mas, para além disso, o romance traz uma flutuação permanente entre literatura e documento, história e ficção.
Marco Lucchesi, carioca, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, publicou, dentre outros livros, Ficções de um gabinete ocidental, A memória de Ulisses, Meridiano celeste, Sphera, Poemas reunidos (finalista do Prêmio Jabuti 2002), Os olhos do deserto, A sombra do Amado: poemas de Rûmi (Prêmio Jabuti 2001), O sorriso do caos, Bizâncio (finalista do Prêmio Jabuti de Poesia 1999). Organizou as edições de Jerusalém libertada, de Tasso, e de Leopardi: poesia e prosa, Artaud, a nostalgia do mais e Caminhos do Islã. É tradutor de diversas obras, entre elas A ilha do dia anterior (finalista do Prêmio Jabuti 1996) e Baudolino (finalista do Prêmio Jabuti 2002), de Umberto Eco. É presidente da Academia Brasileira de Letras.