Ela aproxima as pessoas com sua representatividade e afronta quem não quer enxergar, ou finge não ver
O 10° Festival Literário de Araxá (Fliaraxá) apresenta a exposição inédita “Muros Invisíveis”, com fotografias de 42 afroempreendedores da cidade de Araxá, registradas pelo fotógrafo Gabriel Andrade de Paula. As imagens serão exibidas em 23 totens, com cerca de dois metros de altura cada um, que vão ocupar o Centro de Araxá, na Avenida Antônio Carlos, entre a Igreja Matriz e o Teatro Municipal Maximiliano Rocha, até o dia 15 de maio, com acesso gratuito.
Em consonância com o tema desta edição do Fliaraxá, “Abolição, Independência e Literatura”, a mostra tem por objetivo dar visibilidade ao afroempreendedorismo e ao protagonismo do povo negro, além de romper com preconceitos relacionados a questões de raça e sexualidade.
“A exposição ‘Muros Invisíveis’ representa a diversidade, a alegria e a cultura do povo preto. Ela aproxima as pessoas com sua representatividade e afronta quem não quer nos enxergar, ou finge não ver. Não temos de combater o racismo, mas formar uma sociedade antirracista”, afirma uma das curadoras da mostra, Marisa Rufino, que, além de educadora social, faz parte da liderança da Central Única das Favelas – Cufa – em Araxá.
Carlos Vinícius Santos, também curador da Exposição e que atua no Centro de Referência da Cultura Negra de Araxá, destaca a importância de retratar afroempreendedores: “Em seus mais de 160 anos de história, Araxá não reconheceu o trabalho dessas pessoas, dentro de museus ou de qualquer outro ambiente, nem a importância e a relevância delas para a cidade”.
O critério para a escolha dos fotografados foi o impacto de suas ações na sociedade e em seus ambientes de trabalho. “Resiliência e a vontade de mudar o meio onde vivem. A maioria das pessoas fotografadas superou em algum momento uma situação difícil. E o mais importante: todos contribuem muito culturalmente na construção de um mundo melhor”, afirma Marisa. “A gente procurou também fotografar pessoas de variados bairros de Araxá e que possuam diferentes profissões”, acrescenta Carlos.
“Essa exposição é também uma forma de agradecer à população de Araxá por nos receber de forma tão acolhedora nestes dez anos de Festival”, afirma Afonso Borges, idealizador do Fliaraxá.
Sobre o fotógrafo
Gabriel Andrade de Paula, conhecido popularmente como Gabriel Sirbag, tem 22 anos e trabalha há 4 anos como fotógrafo. “Me sinto extremamente honrado em conseguir registrar pessoas, olhares, belezas, formas e metamorfoses. Com a fotografia, levo minha arte e meu olhar pro mundo todo, consigo captar a essência de várias pessoas e gravar isso na eternidade”, afirma.
Gabriel conta ainda que a exposição “Muros Invisíveis”, para além de marcar sua trajetória profissional, tem um significado importante em seu percurso pessoal. “Estar realizando uma exposição que homenageia o meu povo, o povo preto, por tudo que fazemos e representamos, é como uma reparação histórica. Ver nossos rostos estampados em totens de mais de dois metros de altura para todos poderem apreciar é literalmente de tirar o fôlego e, ao mesmo tempo, é como uma brisa de ar, que só me dá mais energia pra batalhar cada dia mais”, diz.
O Ministério do Turismo e a CBMM apresentam com exclusividade o 10.º Fliaraxá, com o patrocínio da Cemig e do Itaú e apoio da Rede Mater Dei de Saúde, Grupo Zema, Prefeitura Municipal de Araxá, Fundação Cultural Calmon Barreto, Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Turismo e Inovação Tecnológica, Central Única das Favelas – Cufa – de Araxá, com recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura, da Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo.
Serviço
Fliaraxá apresenta exposição “Muros Invisíveis”
Data: até 15 de maio de 2022
Local: Avenida Antônio Carlos, entre a Igreja Matriz e o Teatro Municipal Maximiliano Rocha, Centro
Acesso gratuito