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Exposição “Muros Invisíveis”, do Fliaraxá, que homenageia professores negros, é depredada

Painel de 103 metros foi vandalizado uma semana após a sua inauguração

Nesta sexta-feira (30), foram identificados atos de vandalismo no painel da mostra “Muros Invisíveis”, inaugurado pelo 11º Fliaraxá (Festival Literário de Araxá) na última semana. Há riscos ao longo de toda a extensão do Estádio Municipal Fausto Alvim, que se encontra embelezado pela exposição ao longo de seus cem metros de fachada.

A depredação à mostra do Fliaraxá não é novidade – no ano passado, quando o Festival completou dez anos de realização na cidade, uma das fotos da exposição foi rasgada e os totens jogados no chão. Não houve responsabilização de qualquer indivíduo, já que a pessoa culpada não foi identificada.

Gabriel Sirbag, fotógrafo responsável pelos registros visuais da mostra nas duas ocasiões, se manifesta: “eu me senti atacado pela segunda vez. Até mesmo quando comemoramos pequenas vitórias, somos obrigados a mencionar o quão frágeis nos sentimos diante dessas situações. Como os homenageados que receberão as lonas depois se sentirão, tendo suas fotos marcadas permanentemente? Aí é onde reside o racismo, silencioso e sorrateiro”.

Em contrapartida, o secretário de Segurança Pública de Araxá, Daniel Rosa, afirma que fica “decepcionado com a depredação do patrimônio não por questões de racismo, mas sim porque a exposição embeleza a cidade”. O vandalismo o ataca diretamente, uma vez que Daniel, assim como Gabriel, é negro e se vê representado pela mostra.

O próprio secretário afirma que a Polícia Militar foi acionada e que um boletim de ocorrência foi aberto. Há câmeras de videomonitoramento no local, e as autoridades recorreram às imagens registradas para tentar identificar o(s) responsável(is) pelos atos de vandalismo. O 11º Fliaraxá acontece de 5 a 9 de julho, no estádio Municipal Flávio Alvim, com entrada gratuita.

Mais informações em www.fliaraxa.com.br.

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