Minas no Foco

Fórum debate segurança de Barragens em Araxá e reúne dezenas de pessoas

Especialistas e diretores da CBMM apresentaram relatórios e ações realizadas; Mosaic não enviou representantes

A Câmara Municipal de Araxá recebeu na tarde de quarta-feira (27) dezenas de pessoas no Plenário Guilherme Gotelip Neto, para debater a operação e seguranças das barragens da mineração que circundam o município. O encontro, realizado no Fórum Comunitário, foi requerido pelo Vereador Fabiano Santos Cunha (PRB). A Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) e a Mosaic Fertilizantes, mineradoras que atuam na cidade, foram convidadas.

A CBMM enviou uma equipe de funcionários, dentre eles, Marcos Lemos, gerente de gestão de barragens da empresa. A Mosaic não enviou representantes, e justificou indisponibilidade de agenda dos responsáveis pelo setor na mineradora, que estão envolvidos na solução do certificado de estabilidade na Barragem B1/B4, que foi inclusive, um dos motivos da convocação do Fórum. O diretor do Cefet Araxá, especialista em barragens e consultor da Agência Nacional de Mineração (ANM), Felipe Russo, também compôs a mesa de trabalhos.

Além da CBMM e Vereadores, o encontro recebeu professores e alunos do Cefet e do Uniaraxá; Superintendente do Instituto de Planejamento e Desenvolvimento Sustentável de Araxá (IPDSA), Ricardo Manoel; Comandante do Corpo de Bombeiros, Capitão Tiago Augusto; representante da Delegacia de Polícia Civil, Delegado Vinícius Ramalho; Presidente da Associação Comercial Industrial de Serviços (ACIA), Emílio Neumann; Presidente da Câmara de Tapira, Eliseu Daniel Lourenço.

Abrindo o encontro, Fabiano destacou a importância da mineração do Brasil, que é a responsável por quase cinco por centro do Produto Interno Bruto. Destacou o setor em Minas Gerais e diversas cidades do estado que tem sua economia apoiada pela mineração. “Araxá não foge a essa realidade e a atividade de mineração figura no topo do desenvolvimento econômico municipal, sendo responsável por significativa parte do bolo da arrecadação de impostos. Os impactos que a cidade e a população sofrem com a atividade não podem e nem devem ser deixados de lado”, destacou o parlamentar.

O gestor de barragens da CBMM destacou o plano de segurança de barragens e o plano de ação em casos de emergência. As barragens são fiscalizadas por órgão governamentais, são inspecionadas e monitoradas de forma rotineira pela companhia e por empresas de auditoria externa. Marcos ainda apresentou um mapa que demonstra a área que seria afetada em caso de ruptura. “Um estudo de ruptura hipotética das barragens da CBMM demonstra que não existe possibilidade dos fluxos de rejeitos ou de águas atingirem a Zona Urbana da cidade de Araxá ou qualquer instalação interna da empresa que tenha posto de trabalho permanente”, ressaltou.

Lemos informou que a CBMM tem oito barragens, sendo três de contenção de sedimentos, quatro de disposição de rejeitos e uma de acumulação de água. As barragens 6 e 8 estão em operação e a dois está na fase de descomissionamento. O professor Felipe Russo, que atua como consultor da ANM tentou responder alguma dúvidas apontadas pelos Vereadores e pela comunidade presente com relação ao problema na Barragem da Mosaic.

Segundo ele, o que ocorreu foi a alteração na normativa que ficou mais rigorosa. “Não houve alteração significativa nas barragens da empresa que perdeu o cerificado de estabilidade devido a mudança da normativa”, explicou. Russo ainda tranquilizou a população, esclarecendo que os indicadores não apontam nenhum risco de ruptura da B1/B4 e que ela, inclusive, já não recebe rejeitos. Para Felipe, a realização do Fórum foi de grande importância. “Os esclarecimentos dos fatos para a população é o único elemento tranquilizador. É uma transparência, explicação dos fatos com clareza faz com que passe uma tranquilidade para a população da situação real”, afirma.

Ao final, Fabiano agradeceu a participação da CBMM e seus funcionários, além do demais convidados da comunidade, sociedade organizada, autoridades e representantes de classe. O parlamentar também lamentou a falta da Mosaic, mas ainda assim, avaliou positivamente o Fórum Comunitário.

“Não tivemos a participação da Mosaic, o que gerou uma certa frustração dos presentes em razão do problema pontual. Ainda assim a avaliação foi positiva, tendo em vista que contamos com um grande especialista em barragens, que não falou pela Mosaic, mas pôde, dentro da sua experiencia, inclusive como consultor da empresa, responder várias indagações. Saímos bastante satisfeitos com o grau de informações que recebemos e entendemos que a Câmara Municipal cumpriu o seu papel de mediar assuntos de interesse coletivo”, finaliza.

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