Gasoduto terá capacidade inicial para transportar 3 milhões de metros/cúbicos/dia
Em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (29), em Uberaba, o governador Antonio Anastasia anunciou que o Governo de Minas acertou uma proposta para viabilizar a chegada do gás natural até Uberaba, no Triângulo Mineiro, que viabilizará a implantação de uma fábrica de amônia pela Petrobras, naquele município.
As quatro empresas envolvidas no projeto – Petrobras, Cemig, Gaspetro e Gasmig, decidiram pelo trajeto do gasoduto, que partirá de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte e percorrerá 457 km até chegar a Uberaba.
O acerto foi feito em reunião realizada na última terça-feira (19) na sede da Petrobras no Rio de Janeiro. O Governo de Minas foi representado na reunião por dirigentes da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, da Cemig e da Gasmig. Diretores da Petrobras e da Gaspetro representaram o governo federal.
A ideia inicial, mais simples e rápida, era que o gasoduto partisse de São Paulo. Segundo o governador Antonio Anastasia, impedimentos de ordem jurídica e burocrática tornaram moroso o processo. A alternativa, portanto, foi procurar viabilizar o projeto a partir da capital mineira.
“Faremos o gasoduto entre Belo Horizonte, atendendo a Uberaba, atendendo o Triângulo Mineiro e resolvendo a questão da fábrica de amônia. Isso foi objeto de reunião com a Petrobras esta semana”, afirmou o governador, dizendo que, futuramente, esse gasoduto poderá ter novas ramificações.
O gasoduto percorrerá apenas o território de Minas, gerando valor para o estado na execução da obra, com criação de novos empregos, e, principalmente, pelo potencial de atração de novos empreendimentos para o Estado, com a chegada do gás natural a regiões ainda não atendidas pela Gasmig.
O projeto acordado entre as quatro empresas, com o gasoduto partindo de Betim, passará por municípios com potencial do uso do gás natural, como Juatuba, Igarapé, Mateus Leme, Itaúna, Divinópolis, Lagoa da Prata, Luz, Araxá e Delta, entre outros.
Após o detalhamento técnico, operacional e financeiro do projeto, as quatro empresas integrantes do acordo vão submeter a proposta de construção do gasoduto à aprovação de seus respectivos Conselhos de Administração.
O gasoduto terá capacidade inicial para transportar 3 milhões de metros/cúbicos/dia de gás natural, combustível suficiente para abastecer a fábrica de amônia da Petrobras, em implantação, em Uberaba, além de outros empreendimentos industriais na região. A previsão inicial é de que a obra esteja concluída até maio de 2016.
“Com essa solução, o Governo de Minas cumpre o compromisso feito com o Governo Federal e com lideranças do Triângulo Mineiro, de viabilizar o gasoduto, uma obra de fundamental importância para a instalação da fábrica de amônia da Petrobras”, afirma o governador de Minas, Antonio Anastasia. “Trata-se de um empreendimento que impulsionará de forma expressiva o desenvolvimento econômico e social não apenas de Uberaba mas de toda a região do triângulo e também dos municípios por onde passará o gasoduto”.
Sobre a fábrica de amônia da Petrobras
No último dia 14 de novembro, o Governo de Minas firmou protocolo de intenções com a Petrobras para a implantação da fábrica de amônia no município de Uberaba, no Triângulo Mineiro. A fábrica é denominada pela Petrobras como Unidade de Fertilizantes Nitrogenados-V. O protocolo de intenções também foi assinado pelo Instituto de Desenvolvimento Integrado (Indi), órgão vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sede).
A UFN-V possui uma capacidade projetada de, aproximadamente, 1,5 mil toneladas por dia de amônia, o que corresponde a 519 mil toneladas por ano. Projeta-se também a venda de aproximadamente 277 mil t toneladas por ano de dióxido de carbono (CO2). O investimento será de cerca de R$ 2,3 bilhões e o início de operação está previsto para novembro de 2016.
No segmento de fertilizantes, a Petrobras está investindo em novas unidades, a fim de acompanhar o crescimento do mercado brasileiro, cuja demanda tem sido maior do que a capacidade de oferta da produção nacional. Para a implantação da fábrica de amônia, o Governo de Minas disponibilizou terreno de 1 milhão de metros quadrados no Distrito Industrial III, em Uberaba.
O protocolo assinado entre o Governo de Minas e a Petrobras é consequência e evolução de outro termo, assinado em 2011, quando as partes deram início às negociações para implantação da fábrica, em Uberaba. Neste documento coube ao Governo do Estado, por meio da Cemig, a realização de estudos relativos ao gasoduto. A produção de fertilizantes nitrogenados se insere na cadeia de valor do gás natural. Sendo assim, o Governo de Minas tem feito todos os esforços para levar o gás natural até o município de Uberaba para garantir o início das operações da fábrica.
Vocação de Uberaba para o setor
Uberaba abriga expressivo polo produtor de fertilizantes, tendo como âncora a Vale Fertilizantes (antiga Fosfértil), responsável pelo abastecimento de 40% do mercado brasileiro. Na região, estão entre as maiores jazidas brasileiras de rochas fosfáticas, a de Tapira, que atende à planta de Uberaba, e a de Salitre, que atenderá a nova unidade da Vale Fertilizantes em Patrocínio, no Alto Paranaíba.
Atualmente, grande parte da amônia consumida na região é importada via porto de Santos e transportada por carretas até a planta situada no Distrito Químico de Uberaba. Com a produção da matéria-prima em Uberaba, a expectativa é de que o segmento reduza os custos com transporte do material, possibilitando a redução de custos de produção. A produção de amônia no município também retirará das principais estradas, diariamente, cerca de 100 caminhões por dia transportando o produto, evitando acidentes ambientais e riscos para a população.
C/ Ascom