Audiência pública foi promovida pela Comissão de Agropecuária e Agroindústria da Assembleia Legislativa
A Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) apresentaram ações de suporte a produtores afetados pelas geadas que atingiram várias regiões de Minas Gerais neste ano. As medidas de apoio e a busca por soluções foram debatidas em audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nessa terça-feira (10/8).
Além de apontar o levantamento minucioso feito pela Emater-MG com os produtores das regiões atingidas, a secretária de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ana Valentini, afirmou que a pasta participou de diversas reuniões com produtores, cooperativas e entidades representativas. O objetivo foi elaborar, em conjunto, um documento com as demandas mais urgentes, relativas às questões financeiras, como prorrogação de prazos, obtenção de novos recursos para renovação do parque cafeeiro, entre outras necessidades.
A secretária lembrou, ainda, que os pequenos produtores muitas vezes têm dificuldade em acessar o crédito rural, ainda que tenham dívidas junto a revendas e cooperativas. “A prorrogação dos prazos junto às entidades financeiras não atinge estes produtores. Estamos muito empenhados em fazer tudo que é possível para apoiá-los neste momento tão difícil”, destacou Ana Valentini.
A audiência foi promovida pela Comissão de Agropecuária e Agroindústria, por requerimento de seu vice-presidente, deputado estadual Antônio Carlos Arantes. O parlamentar ressaltou que as perdas com a geada não incluíram só as lavouras de café, mas também de diversos outros produtos agropecuários, como milho, leite, banana e hortaliças.
O subsecretário de Política e Economia Agropecuária da Seapa, João Ricardo Albanez, reforçou a importância de se fortalecer o seguro rural. “Precisamos que esse instrumento de política agrícola chegue aos produtores, que não podem ficar desacobertados frente aos fatores climáticos. É o momento de estarmos em convergência para acionarmos todos os mecanismos de apoio não só aos cafeicultores, mas também a quem trabalha com floricultura, olericultura e fruticultura”, observou.
Além da Seapa e da Emater-MG, também foram convidados para audiência a Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Minas Gerais (Fetaemg); a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg); o Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais (Ocemg); a Associação dos Cafeicultores do Brasil (Sincal); a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab); o Conselho Nacional do Café (CNC); representantes do Banco do Brasil; entre outras entidades.
Levantamento
Ainda durante a audiência pública, o coordenador de cafeicultura da Emater-MG, Bernardino Cangussu, apresentou os números do levantamento de perdas, que estima pelo menos 9.540 produtores afetados. Os dados mostram que 77,8% dos 170 municípios atingidos ficam no Sul de Minas. Em seguida aparecem as regiões do Triângulo Mineiro e do Alto Paranaíba, que, juntas, somam 21% de todas as cidades afetadas pela intempérie.
De acordo com o relatório, estima-se que a geada prejudicou cerca de 173,7 mil hectares, o que corresponde a 19,1% da área ocupada com cafeicultura na região abrangida pelo levantamento.
A Emater-MG elaborou uma cartilha com orientações aos produtores prejudicados pelas geadas, que pode ser acessada neste link.
Geadas
Uma força-tarefa foi criada pela Emater-MG, contando com o reforço de equipes do programa Certifica Minas Café e de coordenadores regionais. Conforme a empresa, a produção de laudos a pedido de agricultores e prefeituras será feita gratuitamente para os pequenos produtores, enquanto os médios e grandes precisarão pagar pelo serviço.
Esses documentos são necessários, sobretudo para produtores cuja atividade possui financiamento bancário acompanhado de seguros em caso de intempéries climáticas. Após o levantamento inicial feito pela Emater-MG que abrangeu as lavouras de café, a empresa estadual também começou pesquisas sobre os prejuízos em outras culturas, como de frutas, hortaliças, floricultura e pastagens. O resultado desse novo estudo ainda não foi divulgado.