Quarta edição do Festival reuniu 15 mil pessoas e 56 mil livros foram comercializados
O último dia do Fliaraxá foi marcado pela emoção. O domingo foi aberto com o Sarau do Tamanduel, que contou com atividades para crianças envolvendo música, poesia e improvisação.
O escritor Paulo Netho ensinou, na oficina das palavras, a escrever textos como se fosse uma brincadeira. Os trava-línguas, lenga-lengas e adivinhações criados pelos participantes de todas as idades foram expostos no Varal Literário. Em quatro dias de evento, cerca de 15 mil pessoas passaram pelo Fliaraxá. Ao todo foram vendidos 56 mil livros.
O evento que fechou a manhã, marcou o encontro de escritoras especiais: Lya Luft, Marina Colasanti e Miriam Leitão conversaram, para um auditório lotado, sobre suas leituras de infância e a relação da literatura com seus netos.
Marina Colasanti contou que cresceu lendo os contos de fada, Miriam Leitão realçou a importância dos livros infantis para a construção do leitor e Lya Luft revelou que a raiz de toda a sua infância, dos dois aos doze anos, está nas páginas de Mar da Vida. Lya finalizou a palestra dizendo: “as vezes eu me esqueço como o carinho é bom. O afeto é uma das coisas boas da literatura, os meus leitores são meus cúmplices. É uma alegria imensa estar aqui”.
Desde cedo, centenas de pessoas, já estavam no festival para pegar as senhas para a palestra do escritor e desenhista Mauricio de Sousa que comemora seus 80 anos em Araxá.
Cerca de 700 pessoas puderam assistir a uma palestra divertida e emocionante. Mauricio contou sobre o começo da sua carreira, sobre a criação da Turma da Mônica, citou causos e nos falou de novos projetos. Leitor de Monteiro Lobato na infância, de Júlio Verne, Jack London, entre outros, ele contou que, quando jovem, devorava romances e gostava muito de clássicos russos.
Perguntado qual era o sucesso dos seus personagens, ele nos deu como exemplo o Chico Bento que remete a vida que tinha na infância, ligada ao campo. “Gosto de criar personagens que tenham a ver com a minha vida, criei a Mônica com as características de personalidade da minha filha, meio brigona que tinha inclusive um coelho azul que comprei na feira para ela. Magali, minha outra filha é também muito gulosa, comia uma melancia inteira, aliás é gulosa até hoje”.
Mauricio citou os vários caminhos que seu trabalho seguiu, como o uso das revistas em quadrinho na alfabetização e do uso terapêutico para crianças autistas que, ao se identificarem com algum personagem, começam a estabelecer pela primeira vez a comunicação com suas famílias, criando uma interação com a vida.
Um dos momentos mais marcantes da palestra foi quando a mãe de uma criança com cuidados especiais agradeceu ao Mauricio de Sousa pelo seu trabalho, pois o seu filho Pedro “vive no mundo da imaginação e do coração através das histórias da Turma da Mônica”.
Muito emocionado, o desenhista não conteve às lágrimas e agradeceu a todos seus fãs o carinho na comemoração de seus 80 anos. Aplaudido de pé, o público cantou “parabéns para você” encerrando o Fliaraxá num clima de homenagem, alegria e encantamento.
Ascom Fliaraxá