Estado é o segundo na produção nacional de tangerina e laranja
Ao longo dos anos, a citricultura tem se mostrado importante para a agropecuária mineira, com o estado sendo destaque na produção de tangerina, laranja e limão. De acordo com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), vinculada da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), são quase 15 mil produtores no território mineiro e a estimativa de produção para safra 2019/2020 é de um milhão de toneladas.
Minas Gerais ocupa a segunda posição no ranking nacional de produção de tangerina. O estado, segundo a Emater-MG, produz cerca de 20% da produção brasileira da fruta. A área plantada chega a 9,5 mil hectares. Outro destaque é a laranja.
De acordo com a Emater-MG, Minas produziu, em 2018, cerca de 950 mil toneladas e também ocupa o segundo lugar no ranking nacional. A área em produção é de 36,6 mil hectares.
“O estado tem excelente condições de clima, solo e água. É bem localizado na região Sudeste, próximo de grandes centros populacionais. A atividade é geradora de emprego e renda. É uma das atividades que mais vem crescendo em Minas Gerais”, diz o coordenador estadual técnico de Fruticultura, Deny Sanábio.
A região Central de Minas é uma das que se destacam na produção de citros. O principal produto é a tangerina, com uma área plantada de 4,5 mil hectares e uma produção de 40,4 mil toneladas na safra 2018/2019, segundo levantamento da Emater-MG.
José Édson de Amorim é do município de Piedade dos Gerais. Em sua propriedade, no Sítio Novo, ele produz laranja Pêra e Serra d’água. São 14 hectares em produção. Um pouco menos do que o pomar de tangerina, que chega a 19 hectares. “O gosto pela atividade veio de família. A região é muito boa para a citricultura”, diz.
O produtor recebe orientação técnica da Emater-MG. “A empresa traz alternativas para as dificuldades que encontramos no dia a dia”. A produção de laranja do Sítio Novo é comercializada na unidade da Central de Abastecimento de Minas Gerais (Ceasa), na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Já a tangerina é vendida para São Paulo, Rio de Janeiro e região Nordeste.
“Para mim, aqui na região, a citricultura é melhor do que a pecuária. Apesar das variações da cultura, dá um bom retorno”, destaca José de Amorim. Para garantir a qualidade das tangerinas produzidas em sua propriedade, ele conta com a orientação da Emater-MG. “A adaptação da tangerina Ponkan aqui na região é muito boa. O clima é mais frio, com boa distribuição de chuvas durante o ano, que permite uma boa produção”, explica o extensionista da Emater-MG, Wagner Fanny.
Orientação
Para quem quer investir na produção de tangerina, o técnico da Emater-MG, Sidney Lacerda, dá uma orientação importante. “A primeira coisa a fazer é comprar mudas de viveiros idôneos. Aqueles que tenham certificado sanitário com relação às doenças da cultura”, lembra.
Outra medida importante é o combate e o controle de pragas e doenças, como o Greening, uma das mais destrutivas doenças dos citros, que chegou ao Brasil em 2004. A bactéria ataca árvores novas, que nem chegam a produzir, e também as adultas, já em produção, que sofrem com a queda prematura de frutos, e definham ao longo do tempo.
“O inseto que transmite essa doença é muito pequeno. O tamanho dele é entre 2 e 3 milímetros. Ele tem uma coloração cinza, com algumas manchas marrons e escuras nas asas. É muito importante monitorar esse inseto com iscas adesivas e fazer uma pulverização quando o índice dessa praga atinge 10% dos brotos vistoriados”, afirma o técnico da Emater-MG, Bruno Brandão.
Limão
Outro destaque é a cultura do limão. De acordo com dados da Seapa, em 2017, a produção mineira foi de 48 mil toneladas, o que representou 3,7% da produção nacional. Naquele ano, o estado ocupou a quarta colocação do ranking brasileiro. A área cultivada foi de 2,7 mil hectares, com produtividade de 18 mil quilos por hectare.
O Sul de Minas possui uma das maiores produtividades do estado, com uma produção de 4,5 mil toneladas, que corresponde a 9,3 % da participação nacional, para uma área de 177 hectares.
Os cinco principais municípios produtores de limão são Matias Cardoso, Jaíba, Iturama, Botelhos e Janaúba que, juntos, representam 86,3% da produção estadual. No ano passado, as exportações mineiras alcançaram US$ 1,6 milhão. Os principais países compradores foram Holanda, Reino Unido. Bélgica, Portugal e Emirados Árabes Unidos.
Segundo o coordenador da Emater-MG, Deny Sanábio, os sucos produzidos com frutas cítricas são dos mais consumidos.
“Há uma tendência da população em consumir esses tipos de sucos, substituindo outros produtos. Levando em consideração a comercialização da unidade da Ceasa, em Belo Horizonte, os citros são das plantas mais comercializadas. Isto demonstra que a citricultura é uma atividade em potencial para se investir em Minas Gerais”, afirma.