Itens do estilo Imperial, pertencentes à araxaense Dona Silvéria Aguiar, estarão no acervo do museu
Preciosidade nos detalhes e reverência à história são as principais preocupações da Prefeitura de Araxá na restauração do Museu Dona Beja, adquirido pela administração pública em abril deste ano.
A Fundação Cultural Calmon Barreto, com apoio financeiro da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), adquiriu mobiliário no estilo “Império” pertencente à Dona Silvéria Aguiar.
Conforme boletim “O TREM da HISTÓRIA” (Ano 5, nº 18), a araxaense foi eleita a primeira “Presidente de Honra” do museu pelo jornalista Assis Chateaubriand, quando o mesmo adquiriu o casarão e inaugurou o museu em setembro de 1965.
Dona Silvéria Aguiar, já falecida, foi esposa do saudoso ex-prefeito de Araxá, José Adolpho de Aguiar. Diante de avaliação de cotações devidamente apresentadas pela Fundação Cultural, o neto do casal, José Pedro Aguiar, definiu proposta de R$ 45 mil para a venda de uma mesa com seis cadeiras, uma cristaleira e um étagère (aparador). Outra parte do mobiliário foi doada: uma cômoda, duas poltronas e outras duas cadeiras.
A presidente da FCCB, Annette Akel destaca que o fato memorável reforçou a importância da aquisição e conservação da mobília para compor o novo contexto museológico e museógrafo do museu.
“Reabrir as portas do ‘Museu Dona Beja’ contando com mais este fato importante será com certeza um marco histórico diferenciado. Quando a ação é coletiva, investir em cultura, turismo e história em favor do município é ainda mais incentivador”, afirma Annette Akel.
A aquisição feita para compor o Museu Dona Beja trata-se de móveis de madeira nobre que retratam a suntuosidade característica do estilo “Manuelino”, originário de Portugal e Bélgica no século 18.
Tal estilo chegou no Brasil no século 19 com adaptações próprias ao nosso clima tropical, tais como a substituição de madeiras – que continuaram a receber camadas de verniz fino e brilhante. Os móveis fazem ligação entre os estilos “Dona Maria” e “Vitoriano”, e estão entre os mais preciosos no repertório do Brasil Colônia, Império e até mesmo do período Republicano.