São cinco espécies originárias de vários países
Uma atividade diferente está sendo desenvolvida no Campo Experimental do Centro Universitário do Planalto de Araxá (UNIARAXÁ). Estudantes do Curso de Agronomia estão participando do cultivo de pimentas especiais; originárias de vários países. O diferencial desse cultivo está na quantidade de substâncias que provocam a “ardência” que a pimenta consegue armazenar.
Ao todo, estão sendo plantadas cinco espécies: Jalapeño (originária do México); Naga Morich e Bhut Jalokia (originárias da Índia); 7pot Backarrope e Trinidad Scorpion Moruga (originárias de Trinidad e Tobago). Fora a pimenta Jalapeño, todos os outros cultivares são denominados de “pimentas nucleares”. “Para termos uma ideia, a nossa conhecida Malagueta tem uma ardência em torno de 70.000 SHU; ou seja, as pimentas nucleares podem chegar a ser 20 vezes mais picantes”, explica o Professor do UNIARAXÁ, Tony Márcio da Silva.
A ideia inicial do cultivo surgiu, a partir de uma conversa informal entre o Professor Tony e seus amigos, proprietários de uma fábrica em Ribeirão Preto (SP), conhecida por desenvolver molhos e conservas com essas espécies de pimentas. “No início a expectativa era criar condições de cultivo, por meio de pesquisas para viabilizar, no futuro, uma produção em escala maior para suprir a necessidade da fábrica. Mas, à medida que o projeto foi se desenrolando, a curiosidade em explorar essa área pouco conhecida foi de consenso mútuo; tanto minha quanto dos proprietários da microempresa”, conta Tony.
Alguns fatores são muito importantes no cultivo das pimentas; a saber: temperatura, umidade, luminosidade, solo e rega. As pimenteiras podem ser cultivadas em faixa de temperatura ampla – entre os 16ºC e os 34ºC. A região de Araxá pode ser considerada ideal para a maioria dos cultivares, devido a esse fator. Em relação à umidade, algumas variedades precisam de um clima úmido constante; outras gostam de um clima mais seco, como a Jalapeño. Como os cultivos são feitos em vasos, é possível fazer um controle, de acordo com a necessidade da planta. Toda pimenteira gosta de alta luminosidade; porém, é preciso evitar o sol diretamente nelas. Outro ponto importante é a necessidade de regá-las com frequência, de forma que a terra do vaso se mantenha úmida; sem que esteja encharcado para não atrapalhar o desenvolvimento da planta.
“Há uma carência no que se diz respeito aos conhecimentos técnicos e científicos para os cultivares de pimenta; os quais incluem, principalmente, as pimentas nucleares; como as que cultivamos no UNIARAXÁ”, comenta o Professor Tony. O estudo das pimentas nucleares, no Centro Universitário, sob a supervisão do Professor Tony Silva, complementará a linha de pesquisa já estabelecida, que é a aplicabilidade de substâncias húmicas no desenvolvimento e produtividade de diversos cultivos. “Projetos de Iniciação Científica, e Trabalhos de Conclusão de Curso estão em andamento. A proposta é avaliar os níveis de armazenamento do princípio ativo, em função da concentração de substâncias húmicas aplicadas. Paralelamente, pretende-se desenvolver, na área da Cosmetologia, produtos incrementados com o princípio ativo das pimentas (Capsaicina); que têm se demostrado muito eficiente em diversos tratamentos na área da saúde”, diz Tony.
Curiosidades sobre a pimenta
A pimenta tem aplicabilidade em toda a culinária. É utilizada em pratos quentes, frios, salgados, doces; e, em bebidas alcoólicas. Ela pode servir tanto como tempero, quanto para realçar sabores. Além da culinária, o princípio ativo da pimenta (Capsaicina), substância responsável pela ardência, tem atividade anti-inflamatória e analgésica; podendo ser utilizada para o tratamento de dores, causadas por doenças reumáticas. O composto, também, tem efeito antioxidante e protetor do sistema cardiovascular. Outras propriedades das pimentas: Fortalece o sistema Imunológico; previne determinados tipos de câncer; acelera o metabolismo; previne o diabetes; descongestiona as vias nasais; melhora a circulação; combate a depressão.