Acesso ao local está proibido conforme Termo firmado com o Ministério Público
Faça chuva ou sol, no aterro sanitário de Araxá cerca de 70 catadores dividem o espaço com urubus, cachorros e outros animais. É do meio do que para muita gente é lixo que eles tiram materiais recicláveis que viram dinheiro e garantem o sustento para famílias. Porém, esse cenário, em breve, irá mudar.
O prefeito Robson Magela se reuniu com esses catadores para apresentar solução para a situação deles, pois o local será cercado e o acesso proibido, em cumprimento a um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado pelo município com o Ministério Público em 2019.
“Um projeto da nossa gestão, aprovado pela Câmara de Vereadores autoriza o repasse de recursos para entidades sociais que atuam na coleta de materiais recicláveis da cidade. Cada associação ou cooperativa recebe da prefeitura R$ 166.500 para que possa arcar com as principais despesas como aluguel de galpão, água, energia e compra e manutenção de veículo para fazer a coleta. A ideia é incentivar esse pessoal que atua no aterro para que se organizem em associações e, assim, também possam ser contemplados com esse recurso distribuído pela prefeitura”, explicou.
O prefeito esclareceu ainda que o TAC firmado junto ao Ministério Público é datado de 2019 com prazo de 180 dias. O atraso no cumprimento gerou uma multa para o município que hoje já soma quase R$ 3 milhões. “Por isso é urgente que esse pessoal se organize para que possam continuar trabalhando já que muito em breve não poderão mais atuar no aterro”, relata o prefeito.
A analista ambiental do Instituto de Planejamento e Desenvolvimento Sustentável de Araxá (IPDSA), Mirian Gonçalves de Souza, explica que o órgão está finalizando projetos de educação ambiental para que Araxá volte a ser referência no tratamento e destinação dos resíduos sólidos.
Há cerca de 18 anos, Neilson Rocha é um dos catadores no aterro. Ele conta que já tinha conhecimento sobre a legislação que proíbe o trabalho de pessoas no local. “Felizmente, o prefeito traz essa alternativa para a gente, de formar a associação e receber essa verba. Eu entendo que precisamos sair daqui. Mas ao mesmo tempo acho que a população também precisa ter mais consciência na hora de jogar o lixo fora. O que para muita gente é lixo, para nós é dinheiro. Se a população também ajudar, a gente consegue continuar garantindo nosso sustento com a venda de recicláveis, que agora terá que ser feita por meio da associação”, afirma.