Vereadores afastados Carlos Alberto Ferreira, José Domingos Vaz, José Maria Lemos Junior e Marcilio de Faria e o Prefeito Aracely de Paula serão investigados
Por Caio Ranieri
Depois de arquivamentos, discussões, votações, debates acalorados, manobras falhas e somente nessa quinta-feira (05), numa Reunião Extraordinária que durou cerca de seis horas, foi aprovado na Câmara Municipal de Araxá, no Alto Paranaíba, a abertura de uma Comissão Processante que vai investigar os vereadores afastados Carlos Alberto Ferreira (Professor Cachoeira), José Maria Lemos Junior (Juninho da Farmácia), Marcílio de Faria (Marcílio da Prefeitura) e José Domingos Vaz, além do Prefeito de Araxá, Aracely de Paula.
Os parlamentares estão sendo acusados na justiça comum por participação no esquema de corrupção da Câmara Municipal de compra e venda de apoio político para a reeleição do então presidente da Casa da Cidadania, Miguel Alves Ferreira Junior. Aracely é acusado de ter participado do esquema com uma forma de coação a vereadores, para que votassem em Miguel. Na Câmara, eles serão investigados por quebra de decoro enquanto no exercício do cargo.
Os vereadores Moacir Santos, Onilda Soares, Credinéia Maria dos Santos (Néia da Uninorte) e Mateus Vaz de Resende foram substituídos pelos suplentes Daniel Rosa, Valter José da Silva, Alcebíades Cândido e Rose Paiva. Votaram contra a abertura da Comissão os vereadores Adolfo Maurício da Silva (Adolfo Segurança), Alexandre Carneiro de Paula (Alexandre dos Irmãos Paula), Carlos Roberto Rosa, César Romero da Silva (Garrado) e Jairo Sávio Borges. Foram favoráveis a abertura Alcebíades, Daniel, Fabiano Santos Cunha, Fárley Pereira de Aquino, José Gaspar Ferreira de Castro (Pezão), Mauro da Silveira Chaves, Romário Gerson Galdino, Rose Paiva, Valéria Sena e Valter José da Silva.
A denúncia foi feita pelo advogado Wilson da Costa e Silva e assinada por um grupo de pessoas, participantes de movimentos na cidade. “O importante é que eu acho que o papel desenvolvido aqui foi muito importante. Mobilizou a comunidade, a classe política, a opinião pública. Todo mundo contribui para todo o trabalho. Agora compete a cada um dos vereadores, ao prefeito municipal, que venham aqui e provem o contrário. É isso que a gente deseja. Todos são iguais perante a lei. Todos podem ser processados como podem processar também”, afirmou o autor da denúncia.
Após a aprovação, foram sorteados os nomes dos vereadores que fazem parte da Comissão Processante: Mauro da Silveira Chaves (Mauro do Detran), Farley Pereira de Aquino (Farley Cabeleireiro) e José Gaspar Ferreira de Castro (Pezão) são os titulares. Os suplentes sorteados são Fabiano Santos Cunha, Valéria Sena e Jairo Sávio Borges.
A partir de agora, a Comissão tem 90 dias para desenvolver os trabalhos de investigação. “Não existe condenado ou culpado. Apenas vai se apurar se houve quebra de decoro. A Câmara vai ceder o espaço e os advogados da câmara vão assessorar nos trabalhos. Dentro de 90 dias teremos uma nova reunião para votar isso e encerrar”, explica Carlos Roberto Rosa, presidente da Câmara Municipal de Araxá.
Ao final da tarde e noite de reunião, o presidente fez uma avaliação positiva. “Fico muito feliz primeiro pela participação popular na Câmara. O cidadão está inteirado e consciente dos seus deveres e direitos e dos acontecimentos. O plenário é uma situação emocional e foi o produto disso que tivemos aqui hoje. Foi normal”, finaliza Roberto.
No ano passado, o ex-vereador Amilton Marcos Moreira (Sargento Amilton), acusado de envolvimento nos escândalos do legislativo araxaense foi cassado e perdeu os direitos políticos por oito anos.