Minas no Foco

Presidente Lula inaugura unidade da EuroChem em Serra do Salitre nessa quarta-feira

A planta terá capacidade de fornecer anualmente 1 milhão de toneladas de fertilizantes fosfatados ao agronegócio brasileiro, cerca de 15% da produção nacional

A Eurochem vai colocar em operação nesse dia 13 de março o complexo de produção de fertilizantes fosfatados da Serra do Salitre, em Minas Gerais. Esse é o maior projeto do grupo Eurochem, subsidiária da AIM Capital, controlada da Linetrust PTC, fora do continente europeu e demandou investimentos de US$ 1 bilhão.

O Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva confirmou presença na cidade para participar da cerimônia de inauguração. O vice-presidente Geraldo Alkimin também deve participar, junto a outros Ministros e lideranças políticas da região.

A empresa

A projeção é que a unidade irá produzir 500 mil toneladas de fertilizantes acabados em 2024, contribuindo para reduzir a dependência do Brasil das importações do insumo. Quando a unidade estiver com capacidade plena esse volume passará a ser 1 milhão de fertilizantes fosfatados, o que deve acontecer em 2025.

Com o início das operações na Serra do Salitre, o volume total de entregas de fertilizantes no Brasil pela Eurochem este ano deverá chegar a 7,5 milhões de toneladas, disse o presidente para a América do Sul, Gustavo Horbach, à reportagem. Esse volume é 1 milhão de toneladas superior ao de 2023 e considera os resultados da Serra do Salitre, e das fábricas da Fertilizantes Tocantins e da Heringer — as duas últimas adquiridas pela Eurochem em 2016 e 2021, respectivamente.

A área da fábrica da Serra do Salitre que produzirá o adubo pronto para comercialização está em teste desde janeiro, um mês depois da concessão da licença de operação pelo Conselho Estadual de Política Ambiental de Minas Gerais. Já as obras da planta de granulação de adubos estão em sua fase final. Os espaços de produção de ácidos sulfúrico e fosfórico, matérias-primas de fertilizantes, já estão finalizados.

Para Horbach, a unidade tem potencial para ser a mais importante da empresa fora da Suíça e da Rússia. “A planta permite ter competitividade no Brasil e driblará problemas logísticos. Por haver uma redução de custo com importação de produtos potássicos, teremos mais competitividade no país”, disse o executivo.

Com o complexo industrial da Serra do Salitre funcionando, a Eurochem estima que a dependência do Brasil da importação de fertilizantes deve cair 15%. Segundo Horbach, o fato de a companhia ser a dona do ativo industrial permite definir e controlar preços, aumentando a participação da Eurcohem no mercado brasileiro. Do total de US$ 1 bilhão que a Eurochem investiu na Serra do Salitre, US$ 410 milhões foram usados na compra da estrutura, ainda inacabada, da norueguesa Yara em 2021.

O presidente da empresa para a América do Sul admite que há incertezas em relação às vendas de fertilizantes para a safra de 2024/25 no país, diante da quebra na temporada atual, mas crê que a nova unidade vai acelerar a produção de fertilizantes no Brasil, cujo total será complementado pela Heringer, que atingiu cerca de 2 milhões de toneladas em 2023.

O plano da Eurochem é alcançar 10 milhões de toneladas de fertilizantes entregues até 2025, disputando um mercado de produção de adubo no Brasil com Mosaic e Yara. Uma das estratégias para alcançar esse volume podem ser operações de barter, segundo Horbach. Em 2023, a empresa entregou 6,5 milhões de toneladas de fertilizantes no Brasil. Um ano antes, foram 5 milhões de toneladas, reflexo da guerra na Ucrânia. Segundo o último balanço financeiro disponível, a Eurochem teve receita global de US$ 10,2 bilhões em 2022, quando comercializou 27 milhões de toneladas de produtos.

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