As facilidades de financiamento no ensino presencial e a comodidade em estudar em casa, por meio da educação à distância, são apontadas como os principais fatores do aumento
O número de pessoas que buscam os cursos de graduação e tecnologia para formação profissional vem aumentando ao longo dos anos, em Araxá, Alto Paranaíba. O que parecia distante da realidade, o acesso ao banco de uma faculdade, foi se consolidado como uma estatística crescente.
Dados levantados pelo Centro Universitário do Planalto de Araxá (Uniaraxá), com exclusividade para o Minas no Foco, mostram que de 2011 a 2014, o aumento no número de alunos chega a 28% durante o período. Ou seja, de 2.366 estudantes subiu para 3.021 acadêmicos.
Segundo o reitor da faculdade, Valter Gomes, a facilidade em conseguir financiamento ajudou na elevação. “Quando olhamos duas décadas atrás, percebemos claramente, que a oferta de vagas cresceu. Com a abertura do ensino superior para iniciativa privada ficou mais fácil lançar novos cursos e oferecer oportunidade pra quem tem interesse em estudar. Então, a gente observa aqui na instituição que esse percentual nos últimos três anos ocorreu em virtude sim, da maior oferta de vagas como a entrada das engenharias, mas também por ter mais condições para os estudantes como, por exemplo, o Fies, financiamento estudantil”, explica Valter Gomes.
A idade média dos alunos ingressantes reduziu bastante com o tempo. A cada ano, universitários mais jovens estão na instituição. Mas o perfil do aluno depende muito da formação. Um exemplo é a especialização em enfermagem, que basicamente é feita por mulheres. Poucos são os homens que interessam. Já no curso de sistema de informação, há predominância masculina. E isto reflete na idade, porque ele também tem essa característica de pessoas mais jovens.
Ainda de acordo com o reitor, outro fenômeno do crescimento pode ser explicado pela demanda de mão de obra em setores como engenharia e, consequentemente criação de especializações nessas áreas. “A engenharia em outros anos não tinha muita procura. O que observamos é que houve uma inversão e o interesse pelas engenharias cresce. Isto, às vezes, não acontece no curso de medicina, que ele sempre tem procura boa. Mas nas outras profissões em geral que se lança um curso, há uma demanda reprimida. A procura é muito alta e com o tempo atende a demanda, passando a esfriar na sequência”, finaliza.
Com a perspectiva de dobrar o número de alunos em cinco anos, o ensino a distância no Brasil aparece como alternativa que oferece flexibilidade aos estudantes e margens maiores para as companhias de educação, que investem em novos polos e cursos, como educação física e engenharia.
O modelo de estudo veio para democratizar o ensino superior da pós-graduação dentro do país. No caso do Polo da Universidade Aberta do Brasil (UAB), em Araxá, são temos sete universidades federais oferecendo cursos. O crescimento de 2011 a 2014 foi de 37%, isto quer dizer, que de 853 alunos aumentou para 1.363 estudantes nos últimos três anos.
“A abrangência dessas especializações é muito grande, o que reflete na procura, por vários motivos: dar oportunidade de pessoas de diferentes idades, que às vezes não tiveram chance de estudar, adequando aos horários e compromissos com a família. Quando você faz a distância têm a chance de organizar a sua vida e fazer, já que as aulas são dentro de casa”, confirma a coordenadora do Polo da UAB em Araxá, Joyce Aparecia Pereira.
No caso das universidades particulares com Educação à Distância (EAD), o preço da mensalidade chega a ser até quatro vezes mais barato do que um curso presencial. Isso, aliado ao crescimento da classe C e aos 15 milhões de adultos entre 25 e 30 anos que ainda não possuem curso superior no Brasil, são os principais pilares para a expansão do EAD.
Para a coordenadora, a flexibilidade de horários é um dos fortes atrativos. “Quem faz o tempo é o aluno. Na modalidade é respeitada a individualidade de cada um. Já no caso do espaço rompem-se as fronteiras, não existe lugar especifico pra estudar. Na verdade ele se amplia milhões de vezes. Hoje, por exemplo, temos alunos que se encontram em ambiente virtual e estudam juntos”, disse Joyce.