Desigualdade salarial entre gêneros ainda é uma realidade no PaísO mercado formal de trabalho sempre foi mais favorável aos homens que às mulheres e, nos últimos anos, isso tem se intensificado. Considerando a percepção geral da população, o Brasil é o segundo pior entre os países quando o assunto é a igualdade salarial entre os gêneros. A pesquisa integra o Índice Global de Desigualdade de Gênero, divulgado pelo Fórum Econômico Mundial em novembro de 2015.
Profissionais de Recursos Humanos dizem que a discrepância, no entanto, não é resultado do preconceito dos empregadores. “A desigualdade salarial está ligada à diferença de papéis que homens e mulheres exercem na sociedade”, afirma Fabiana Zandroski, responsável pelo Salário BR, serviço focado em cargos e remuneração.
A Employer, empresa especializada em RH, fez um levantamento das 20 profissões mais procuradas por mulheres entre janeiro e fevereiro de 2016. A pesquisa comprova que, se considerada a média salarial, a desigualdade ainda existe.
“Observamos que até mesmo uma costureira, profissão normalmente exercida por mulheres, ganha, em média, 5,5% a menos que homens que exercem a mesma função”, explica Fabiana. Ranking das profissões mais procuradas por mulheres em 2016 e respectivas médias salariais:
Fonte: Employer Pesquisas
Diferença comportamental
Como é possível observar, todos os resultados apontam a desigualdade entre os gêneros, com destaque para a função de professor, que apresenta uma diferença salarial de 19,6%. A especialista explica que certas análises justificam os motivos da existência dessa disparidade.
“Estudos mostram que as mulheres, por temer um conflito, reivindicam com menor frequência um salário mais justo, ou ainda não sabem fazer uma negociação salarial assertiva. Muitas vezes isso acontece porque, até agora, existe discriminação diante do tempo que as mulheres dispõem para cuidar dos filhos, da gravidez, da família”, destaca Fabiana.
Praticando a igualdade
Empresas que fornecem salários igualitários para as mesmas funções e requisitos, independente do gênero, acabam ganhando mais espaço no mercado de trabalho e, consequentemente, credibilidade perante os colaboradores.
“As organizações que se dedicam à questão e abrem informações a respeito criam um clima mais agradável e com menos conflitos. Isso faz com que os funcionários não se sintam prejudicados e que o trabalho seja mais produtivo”, finaliza.