No Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais, especialistas lembram como evitar a contaminação pelos tipos mais comuns da doença
As hepatites virais mais comuns são as causadas pelo vírus A, B e C. Em grande parte dos casos, são doenças silenciosas, mas quando se manifestam, os sintomas mais comuns são febre, fraqueza, mal-estar, dor abdominal, enjoo/náuseas, vômitos, perda de apetite, urina escura, icterícia, fezes esbranquiçadas.
Também conhecida como ‘hepatite infecciosa’, a hepatite A é causada pelo vírus VHA. Sua transmissão é feita pelo contato entre indivíduos ou por meio de água ou alimentos contaminados. Em 2014, 139 casos de hepatite A foram notificados em Minas.
O Ministério da Saúde introduziu em 2014 a vacina contra a hepatite A no calendário infantil para crianças de 1 a 2 anos de idade. Mas a doença pode ser evitada por meio de melhorias nas condições de higiene e de saneamento básico.
“Regras simples de higiene pessoal, como por exemplo, lavar as mãos regularmente e lavar bem, com água tratada, clorada ou fervida os alimentos que são consumidos crus também evitam a doença”, explica a coordenadora de DST/AIDS e Hepatites Virais da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Jordana Costa Lima.
Hepatite B
Em 2014, 1.290 pessoas foram contaminadas com o vírus HBV, que causa a hepatite B. A doença é considerada sexualmente transmissível (DST), porque pode ser transmitida de pessoa a pessoa por meio do contato com sêmen, saliva e secreções vaginais durante a relação sexual desprotegida.
Mas a hepatite B também pode ser transmitida por via sanguínea ao compartilhar materiais perfurantes como seringas, agulhas, cachimbos, lâminas de barbear e depilar, alicates de unha e por transfusão de sangue contaminado. Outra forma de contaminação acontece de mãe portadora do vírus B para a criança, que se dá durante a gestação, o parto ou a amamentação.
Atualmente, a vacina contra a hepatite B também é disponibiliza gratuitamente em qualquer posto de saúde. Mas, para ter direito é necessário ter até 49 anos ou pertencer ao grupo de maior vulnerabilidade: gestantes, trabalhadores da saúde, bombeiros, policiais, manicures, populações indígenas, doadores de sangue, gays, lésbicas, travestis e transexuais, profissionais do sexo, usuários de drogas, portadores de DST.
“Outras medidas para evitar a doença são: usar camisinha em todas as relações sexuais e não compartilhar objetos de uso pessoal e/ou perfurantes. Além disso, toda mulher grávida precisa fazer o pré-natal e os exames para detectar a hepatite, a AIDS e a sífilis. Esse cuidado é fundamental para evitar a transmissão de mãe para filho”, explica Jordana.
Hepatite C
A hepatite C é causada pelo vírus C (HCV). No ano passado, em Minas Gerais, 1.288 pessoas foram contaminadas por este tipo da doença. A transmissão ocorre, dentre outras formas, por meio de transfusão de sangue, compartilhamento de material para preparo e uso de drogas, objetos de higiene pessoal, alicates de unha, além de outros objetos que furam ou cortam.
“Não existe uma vacina contra a hepatite C, o melhor é optar pela prevenção. A melhor forma de evitar a doença ainda é o uso dos preservativos, não compartilhar seringas e objetos perfurantes”, orienta a coordenadora Jordana Lima.
Notificações de casos – Hepatites A / B / C em Minas Gerais, 2010 – 2015 | |||||
Ano | Vírus A | Vírus B | Vírus C | Total | |
2010 | 339 | 1187 | 879 | 2.405 | |
2011 | 465 | 1524 | 1189 | 3.178 | |
2012 | 299 | 983 | 823 | 2.105 | |
2013 | 147 | 997 | 933 | 2.077 | |
2014 | 139 | 1290 | 1288 | 2.717 | |
2015 | 79 | 544 | 570 | 1.193 | |
Total | 1.468 | 6.525 | 5.682 | 13.675 | |
Fonte: SINAN/CDAT/DVE/SVEAST/SVPS/SES-MG |
Agência Minas