São cerca de 100 exames/mês realizados; espaço ganhou nome em homenagem a colaborador
Administrar hospital filantrópico, sem fins lucrativos, conveniado ao Sistema Único de Saúde não é tarefa para qualquer um. Enquanto em alguns momentos faltam recursos até mesmo para compra de materiais e medicamentos, existem programas governamentais, de verbas específicas, para melhorias e implantação de novos serviços.
Segundo o provedor Sebastião dos Reis Felizardo, o desafio está em saber atuar nas duas pontas, na carência e na bonança. “Ao mesmo tempo em que saímos de chapéu na mão em busca de doações para a subsistência de custeio, uma vez que o que o hospital recebe pela sua produtividade é muito aquém das necessidades, por outro lado, se ficarmos atentos aos programas e apresentarmos os projetos de forma adequada, podemos ser beneficiados com equipamentos e implantar novos serviços”.
Foi o que ocorreu com o serviço de endoscopia e colonoscopia para diagnóstico precoce do câncer, um programa do Governo Federal denominado Pronon (Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica) desenvolvido para incentivar ações e serviços de instituições privadas que atuam no campo da oncologia, conforme lembra Larissa Borges de Resende Neumann, Diretoria-Superintendente.
O intuito é ampliar a oferta de serviços e expandir a prestação de serviços médico-assistenciais, apoiar a formação, o treinamento e o aperfeiçoamento de recursos humanos em todos os níveis; e realizar pesquisas clínicas, epidemiológicas, experimentais e sócio antropológicas.
Em 2017 na Santa Casa, na gestão do Provedor Antônio Ribeiro, foi implantado o Centro de Quimioterapia no segundo andar do anexo do hospital. A partir daquela data iniciou-se iniciaram-se atividades para tratamento do câncer, em parceria com o Hospital Hélio Angotti.
O antigo provedor lembra que aproveitou o momento para retomar os protocolos para obtenção dos equipamentos de endoscopia e colonoscopia que fazem diagnósticos precoces da doença. “Além da atividade curativa, vimos oportunidade de a Santa casa atuar também na prevenção. Assim foi feito e tivemos êxito. Conseguimos implantar este importante serviço para a população de Araxá e região”.
Capacidade de realização de exames por mês
40 | colonoscopia |
60 | endoscopia |
100 | anatomopatológico |
Valor investido
Os valores obtidos do Pronon foram de R$ 1.903.239,10 (que atualizados somam R$ 2.011.949,13). Trata-se de renúncia fiscal da CBMM e do Banco do Brasil. O início da execução operacional foi novembro de 2018.
Entenda como são aplicados os recursos
Todas as verbas já chegam especificadas, são depositadas em conta específica, cada uma com sua chancela e desta forma devem ser feitas a prestação de contas. No caso desse projeto foram previstos equipamentos e mobiliários, recursos humanos, material de consumo e despesas administrativas, que junto somam determinado montante.
Mas entre os diversos itens de recurso, não é prevista a adaptação da sala onde funcionará o serviço (reforma física: instalação de bancadas, pisos, pintura, instalação de ar condicionado, etc.).
Como a Santa Casa não dispõe de recursos em caixa para custear as obras, o cronograma fica parado até que se consigam doações externas. No caso da endoscopia e colonoscopia, quem abraçou a causa foi o engenheiro José Luiz Sayegh, associado da Santa Casa, que com recursos pessoais e obtidos com amigos, conseguiu fazer a instalação e deixar os equipamentos em condição de funcionamento.
Sayegh também foi o Responsável Técnico por várias obras realizadas no hospital ao longo de vinte anos. Na última quinta-feira José Luiz Sayegh recebeu reconhecimento da Mesa Provedora em breve ato de descerramento de placa que, merecidamente, batiza com seu nome a sala de exames.
A Santa Casa continua a oferecer os exames gratuitamente até o limite de 100 procedimentos por mês (exceto biópsia). Isso perdurará até novembro de 2020. Após este período, a continuidade dependerá da identificação de nova fonte de recurso para financiar a atividade.